quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Ninguém Dá Prendas ao Pai Natal de Ana Saldanha


Através de um título desafiador, que coloca, de certo modo e à partida, o “mundo às avessas”, que a ficção de Ana Saldanha e as ilustrações de Joana Quental piscam o olho ao pequeno leitor. Neste conto, apresenta-se o Pai Natal como uma figura emocionalmente fragilizada, porque ninguém se lembra dele, opção ficcional bastante inovadora. Nesta narrativa breve marcada por um humor subtil, assistimos à inserção de figuras muito familiares às crianças no mundo imaginário e ficcional onde habita o Pai Natal. Trata-se de um conjunto de personagens resgatadas ao universo literário dos contos maravilhosos e/ou tradicionais, que surgem todas juntas, em plena harmonia a conviver entre si e com o Pai Natal. Assim, depois do problema que o título do livro anuncia e que fará desencadear toda a acção, “entram em cena” o Capuchinho Vermelho, a Gata Borralheira, o João Ratão, a Bruxa da Casinha de Chocolate, a Raposa e o Lobo Mau, cada um deles trazendo um presente (que representa sempre um elemento sígnico distintivo de cada uma delas) para o Pai Natal. O desenlace desta narrativa, à qual não são alheios valores como a união, a harmonia, a solidariedade e a generosidade, é feliz. |
Sara Reis da Silva
in Casa da Leitura

Desejos de Natal de Luísa Ducla Soares


Três belos contos integram este livro de Luísa Ducla Soares: “A Carta para o Pai Natal”, “O Carro Vermelho” e “Na Cova da Moura”. A primeira história é protagonizada por Zeca, um menino órfão que vive numa barraca com o tio Arnaldo, um guarda-nocturno, e que tem grandes dificuldades em acreditar no Pai Natal. Numa noite especial, tem, porém, uma surpresa e acaba por perceber que, afinal, vale a pena não desistir de sonhar. O herói do segundo conto é um menino chinês de oito anos que ajuda os tios numa loja e que se apaixona irremediavelmente por um carro vermelho telecomandado. Acaba, no entanto, por perdê-lo e por ver o seu sonho desfeito. A última narrativa possui como figura central Tino, um menino em idade escolar, representante das muitas infâncias roubadas ou da inocência quase destruída pelo contexto dos bairros sociais. A simplicidade diegética e discursiva destas narrativas, a construção predominantemente dialógica e coloquial, bem como a presença de figuras infantis com as quais o potencial leitor facilmente se identifica são fundamentais do ponto de vista receptivo. As ilustrações, compostas com recurso a cores fortes, em formato extenso e muito expressivas, além de recriarem o universo narrativo, colocando especial ênfase nas personagens e articulando-se, assim, com a componente verbal, contemplam, ainda, aspectos que esta não inclui. | Sara Reis da Silva

in Casa da Leitura

O Natal na Biblioteca de Vila Verde

As monitoras do ATL da escola sede do Agrupamento de Escolas de Buarcos deram vida às imagens de Natal do livro de Ana Saldanha "Ninguém Dá Prendas ao Pai Natal" e do livro de Luísa Ducla Soares "Desejos de Natal". Com o seu empenho e habilidade, ajudaram a criar um ambiente de Natal na Biblioteca do Centro Escolar de Vila Verde, tornando as leituras dos mais pequenos desta escola um verdadeiro presente de Natal.




quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Um Conto de Natal de Charles Dickens

Um Conto de Natal de Charles Dickens, com adaptação e representação da Companhia de Teatro Os Bobos e a Corte, fala-nos de um velho sovina e rabugento (Scrooge) que, em véspera de Natal, é levado numa viagem através do tempo que lhe vai abrir o coração para algo muito mais poderoso que o dinheiro: o Amor, os Amigos e a Família.


ITINERÂNCIA NACIONAL, O TEATRO VAI À ESCOLA


10 de Novembro de 2011 a 06 de Janeiro de 2012





INFORMAÇÕES e RESERVAS

Marco Esteves

Tel.: 92 66 22 743

teatro@osboboseacorte.pt

O Prazer da Leitura


                                              http://rodasdeleituras.blogspot.com/2011/02/o-prazer-da-leitura.html
"(…) Vejo, assim, a cena original: a mãe ou o pai, livro aberto, lendo para o filho... Essa experiência é o aperitivo que ficará para sempre guardado na memória afetiva da criança. Na ausência da mãe ou do pai a criança olhará para o livro com desejo e inveja. Desejo, porque ela quer experimentar as delícias que estão contidas nas palavras. E inveja, porque ela gostaria de ter o saber do pai e da mãe: eles são aqueles que têm a chave que abre as portas daquele mundo maravilhoso! Roland Barthes faz uso de uma linda metáfora poética para descrever o que ele desejava fazer, como professor: maternagem: continuar a fazer aquilo que a mãe faz. É isso mesmo: na escola, o professor deverá continuar o processo de leitura afetuosa. Ele lê: a criança ouve, extasiada! Seduzida, ela pedirá: “Por favor, me ensine! Eu quero poder entrar no livro por conta própria...“


Toda aprendizagem começa com um pedido. Se não houver o pedido, a aprendizagem não acontecerá. Há aquele velho ditado: “É fácil levar a égua até o meio do ribeirão. O difícil é convencer a égua a beber“. Traduzido pela Adélia Prado: “Não quero faca nem queijo. Quero é fome“. Metáfora para o professor: cozinheiro, Babette, que serve o aperitivo para que a criança tenha fome e deseje comer o texto...


Onde se encontra o prazer do texto? Onde se encontra o seu poder de seduzir? Tive a resposta para essa questão acidentalmente, sem que a tivesse procurado. Ele me disse que havia lido um lindo poema de Fernando Pessoa, e citou a primeira frase. Fiquei feliz porque eu também amava aquele poema. Aí ele começou a lê-lo. Estremeci. O poema – aquele poema que eu amava – estava horrível na sua leitura. As palavras que ele lia eram as palavras certas. Mas alguma coisa estava errada! A música estava errada! Todo texto tem dois elementos: as palavras, com o seu significado. E a música... Percebi, então, que todo texto literário se assemelha à música. Uma sonata de Mozart, por exemplo. A sua “letra“ está gravada no papel: as notas. Mas assim, escrita no papel, a sonata não existe como experiência estética. Está morta. É preciso que um intérprete dê vida às notas mortas. Martha Argerich, pianista suprema (sua interpretação do concerto n. 3 de Rachmaninoff  me convenceu da superioridade das mulheres...) as toca: seus dedos deslizam leves, rápidos, vigorosos, vagarosos, suaves, nenhum deslize, nenhum tropeção: estamos possuídos pela beleza. A mesma partitura, as mesmas notas, nas mãos de um pianeiro: o toque é duro, sem leveza, tropeções, hesitações, esbarros, erros: é o horror, o desejo que o fim chegue logo.


Todo texto literário é uma partitura musical. As palavras são as notas. Se aquele que lê é um artista, se ele domina a técnica, se ele surfa sobre as palavras, se ele está possuído pelo texto – a beleza acontece. E o texto se apossa do corpo de quem ouve. Mas se aquele que lê não domina a técnica, se ele luta com as palavras, se ele não desliza sobre elas – a leitura não produz prazer: queremos que ela termine logo. Assim, quem ensina a ler, isto é, aquele que lê para que seus alunos tenham prazer no texto, tem de ser um artista. Só deveria ler aquele que está possuído pelo texto que lê. Por isso eu acho que deveria ser estabelecida em nossas escolas a prática de “concertos de leitura“. Se há concertos de música erudita, jazz e MPB – por que não concertos de leitura? Ouvindo, os alunos experimentarão os prazeres do ler. (…)"

Rubem Alves

http://www.rubemalves.com.br/oprazerdaleitura.htm

Ministério vai reforçar tempos lectivos de ciências, físico-química e história




                                (Enric Vives-Rubio)


No 3º ciclo, haverá um reforço dos tempos lectivos de Ciências Naturais, Físico-Química, História e
Geografia, segundo a reforma de estrutura curricular apresentada esta segunda-feira pelo ministro da Educação, Nuno Crato.


No 7.º ano, História e Geografia terão cinco tempos lectivos de 45 minutos para dividir entre si em vez dos actuais quatro. No 9.º ano também lhes é dado mais um bloco. Ciências Naturais e Físico-Química ganharão mais dois blocos de 45 minutos, a serem repartidos por ambas, no 7.º e 8.º ano. No 9.º terão mais um. Esta alteração permite, segundo o ministério, colmatar a "clara insuficiência de carga horária" das ciências experimentais neste ciclo de ensino.

Desaparecerá Formação Cívica em todos os ciclos. Até agora, esta disciplina existia no 2º e 3º ciclos e no 10º ano.

No 2º ciclo passará a existir uma oferta diária de apoio ao estudo, continuando a ser facultativo para os alunos. Mas as escolas terão de organizar os seus recursos humanos de modo a oferecerem 45 minutos diários de apoio, esclareceu o responsável da Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, Fernando Reis, que chefiou o grupo de trabalho responsável pela proposta hoje apresentada.

O Inglês passa a ser uma disciplina obrigatória no 2.º e 3.º ciclos. No 2.º ciclo continua a existir só uma língua estrangeira, mas ao contrário do que sucedia actualmente a escolha ficará limitada ao Inglês.

A disciplina de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) passa a ser leccionada no 2.º ciclo quando hoje é dada no 9.º ano. A sua antecipação já fora sugerida pelo ministro Nuno Crato numa entrevista ao PÚBLICO.

Também se confirma que, no 2.º ciclo, a disciplina de Educação Visual e Tecnológica (EVT) será dividida em duas, "cada uma com programa próprio e cada uma com um só professor". Neste ciclo a EVT tem sido garantida com dois professores em sala de aula. Para Educação Visual serão reservados dois tempos lectivos de 45 minutos durante todo o ano lectivo. Já Educação Tecnológica terá que dividir com TIC os mesmos tempos lectivos. Segundo Fernando Reis, competirá às escolas decidir se esta alternância se fará ao longo do ano lectivo ou se cada uma destas duas disciplinas terá uma duração semestral.

Mas Educação Tecnológica desaparecerá da oferta do 9.º ano. No 3.º ciclo as disciplinas de Educação Visual e Tecnológica estão separadas e no 9.º os alunos podiam optar por uma delas. Esta possibilidade deixará de existir.

Na proposta que hoje foi apresentada aos directores, associações de professores e sociedades científicas prevê-se a possibilidade de criar uma nova disciplina de programação informática no secundário. No 12.º ano só existirá uma disciplina de opção em vez das duas actuais. Os alunos passarão assim a ter quatro disciplinas neste ano. Com esta medida pretende-se, segundo Fernando Reis, possibilitar "uma melhor gestão do tempo de estudo" dos alunos, uma vez que este é o ano terminal do ensino secundário.

No básico manter-se-á o reforço, já em vigor este ano dos tempos lectivos de Língua Portuguesa e Matemática, mas com a supressão das áreas disciplinares não curriculares ( Estudo Acompanhado, Área de Projecto - já eliminadas este ano - e Formação Cívica), as cargas horárias diminuem em todos os ciclos: no 2º passará de 33 blocos semanais de 45 minutos para 30; no 3.º mantêm-se os 34 blocos no 7.º ano, mas passará de 34 para 33 e de 36 para 32 no 8.º e 9.º ano respectivamente. No secundário a principal diminuição regista-se no 12.º anos que passará dos 13 a 14 blocos de 90 minutos para 10.

A proposta de revisão curricular estará em discussão pública até 31 de Janeiro. Deverá ser aplicada a partir do próximo ano lectivo.

O secretário de Estado da Educação, Casanova de Almeida, indicou que, sendo esta uma proposta para discussão pública, ainda não é possível "quantificar ao pormenor o que se vai passar em termos de recursos humanos" ou seja, quantos professores a menos serão precisos nas escolas. As alterações "não terão repercussões nos professores dos quadros", adiantou.
In Público Digital de 12 de Dezembro de 2011