quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A Menina que Detestava Livros

Ler mais Ler Melhor - Uma Questão de Azul Escuro

Uma Questão de Azul de Margarida Fonseca Santos


Um livro sobre a violência nas escolas, nas ruas, na vida
 Luís insiste em não tirar o fato de treino, que se adequaria aos dias de inverno que já foram embora. A professora, ao chamá-lo de parte para o ajudar a despir a camisola, descobre um mundo de sofrimento tapado pelas mangas e calças compridas - um sofrimento azul-escuro, feito de nódoas negras, uma paralisia assustada e muitos segredos.
Aprender a lidar com a violência e conhecer as ajudas possíveis será o próximo passo. E este será dado por toda a turma.
Um livro com ilustrações de Sandra Serra.

A Greve dos Poetas de Nei Duclós


















Os poetas fizeram greve
e todos os jardins saíram em passeata

Os poetas fizeram greve
e as palavras se aglomeraram nos bares para beber cachaça falsificada

Os poetas fizeram greve
e os lírios perderam sua última esperança e acabaram se suicidando em massa

Os poetas fizeram greve
e todos gargalharam. Menos a fada, que tocou o alarme

Os poetas fizeram greve
e ninguém deu aumento. Ao contrário, cortaram a subsistência de quem verseja na rua vestido de mendigo

Os poetas fizeram greve
e as autoridades mandaram trancafiar o amor para impor as negociações

Os poetas fizeram greve
e as hostes da defesa ficaram imobilizadas na fronteira, sem os tambores épicos das convocação

Os poetas fizeram greve
mas as crianças estão fazendo trabalho voluntário até ser resolvido o impasse

Os poetas fizeram greve
e se concentraram no fundo do mar, acobertados pelas sereias

Os poetas fizeram greve
e as mulheres ficaram à mercê do assédio inspirado no desprezo

Os poetas estão em greve! gritou o Grumete.
Não vai durar, disse Jack o Marujo. Ninguém vai correr o risco de ter sereia brava no alto mar

Acabou a greve dos poetas,
que recolhem as palavras bêbadas com a súbita liberdade. Voltem pra casa, dizem os ex-grevistas. Nós amamos vocês

No final da greve dos poetas,
houve um tsunami de lençóis

Nei Duclós, poeta brasileiro

Booktrailer Greve de Catarina Sobral da Orfeu Negro

GREVE de Catarina Sobral

Greve é o livro de estreia da ilustradora Catarina Sobral e também o primeiro título de uma autora portuguesa na colecção Orfeu Mini. Um dia, os pontos decretaram greve. Os pontos? Quais pontos? TODOS os pontos! Primeiro, foi a escrita foi a colapsar… Nas escolas, nos museus, nas fábricas, nos hospitais, ninguém se entendia. O ponto de fuga desapareceu. E o ponto verde. E o ponto de encontro. Tudo e todos chegavam atrasados. E era impossível fazer o ponto da situação. Até que…

(informação recolhida do blogue da Editora Orfeu Ngro)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Concurso - Conta-nos uma história!

O Ministério da Educação e Ciência (MEC), através da Direção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular (DGIDC), do Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) e do Plano Nacional de Leitura (PNL), em parceria com a Microsoft, lança a 3.ª Edição do concurso "Conta-nos uma história!" - Podcast na educação.
Esta iniciativa pretende fomentar a dinamização de projetos desenvolvidos pelas escolas de Educação Pré-Escolar e 1.º Ciclo do Ensino Básico que incentivem a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), nomeadamente tecnologias de gravação digital de áudio e vídeo.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Diálogos Imaginários 2011/2012

O Plano Nacional de Leitura (PNL), a Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) e a Associação Promotora do Museu do Neorealismo (APMNR), realizam, em 2011/2012 e em iniciativa conjunta, o Concurso Diálogos Imaginários - Manuel da Fonseca / Alves Redol, que conta com o patrocínio da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, da Câmara Municipal de Santiago do Cacém e da Editora Leya.


O Concurso pretende premiar trabalhos produzidos por alunos do 3º Ciclo e do Ensino Secundário, editados em formato electrónico (ebook, blog, wiki,…) cujo tema se refira à obra dos dois escritores [centenário de nascimento em 2011] e seja demonstrativo da aquisição de competências expressivas e de saberes relacionados.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Cartas aos Heróis de José Jorge Letria

Aqui fica a sugestão de um livro, para os mais pequenos, onde os heróis da banda desenhada e do imaginário infantil são os destinatários das cartas que o escritor José Jorge Letria resolveu escrever. O herói da banda desenhada criado por Hergé, Tintin, também é um dos contemplados na escolha do autor de literatura infanto-juvenil. Poderás lê-la, se requisitares o livro na Biblioteca da tua escola. Entretanto, transcrevemos a carta que o escritor dirigiu a outra personagem do imaginário infanto-juvenil, Gulliver. Lê-a e entusiasma-te.


Meu querido amigo,



Espero que te encontres bem no topo da tua altura de gigante das histórias do meu tempo de ser menino.
Tu foste o gigante e o anão dos meus sonhos enfeitados de mar e de chuva miudinha. Embarquei contigo nas naus que iam para toda a parte sem chegarem a parte nenhuma, e fui, como tu, marinheiro, soldado, aventureiro, conselheiro de reis e motivo de espanto para homens do tamanho de um polegar. Mas tudo a sonhar. Sempre e só a sonhar. Ai Gulliver, se tu soubesses como me fizeste perder o sentido da distância e a verdadeira medida das coisas. O que um dia era gigante, no outro tinha a pequenez de uma ervilha ou de uma pérola de orvalho.
Espero que te encontres bem e que, quando te apetecer sair do livro do Senhor Swift, me escrevas ou me telefones para eu ir contigo ao cais mais longínquo da bruma e da tempestade.
Tu deves saber onde eu moro, porque personagens como tu nunca se esquecem de quem as leu, amou e admirou.

Eu cresci contigo enquanto tu crescias e minguei a teu lado quando tu te tornavas anão. Contigo percebi que o nosso tamanho, na realidade, depende sempre dos olhos de quem nos vê.

Não te esqueças de dar notícias, porque eu continuo a ter um barco pronto para as grandes viagens que tu deixaste por fazer. É só fazer a mala e partir. A mala não: um saco de lona com a roupa leve que se deve vestir te esqueças de dar notícias. Ainda me hás-de ensinar de que forma é que os homens, as ilhas e os países mudam de tamanho no grande mar dos livros, no oceano dos sonhos mais antigos.

Carta de Hergé ao Tintin

Num tempo em que o cinema recupera o herói da banda desenhada Tintin, vale a pena ler a carta que o seu criador Hergé lhe dirigiu.

Meu Querido Tintin

Já há 35 anos que és meu filho, e é a primeira vez que te escrevo.
Quis, acima de tudo, que vivesses a tua vida. Vinte vezes partiste, para correr mundo. Durante esse tempo eu, de lápis na mão, e toneladas de papel à frente, sonhei com as tuas aventuras.
Assim, desde sempre, estivemos muito separados; e, simultaneamente, unidos pelos laços mais fortes que podem unir dois seres. Tenho o hábito frequente de me “corresponder” contigo, mas não por carta. Daí esta insegurança, esta leve emoção que sinto ao pegar na caneta para te escrever. Intimidas-me, Tintin!
Se me orgulho de ti?... É claro que me orgulho. Tens-me dado grandes alegrias, muitos sustos também, mas nunca o menor motivo de tristeza ou de descontentamento. Já houve um tempo – o da minha juventude – em que só queria era ser parecido contigo. Teria gostado de ter sido um herói sem medo e irrepreensível. Mas infelizmente foi uma ilusão, que há muito se esfumou… Já não transporto a palavra evangélica: “Sede perfeito, como o vosso filho é perfeito”.
Perfeito: se alguém o é, esse alguém és tu. Deveria sentir-me derrotado, rendido. Então porque esta sensação de estar levemente desiludido? Exactamente por seres demasiado perfeito.
Como é que eu, homem normal, nascido de pais normais, tive um filho que não é “como os outros”? Que pensas tu disto? Porque é que há em ti qualquer coisa (como explicar?...) que não é totalmente “humana”?
Coloquei grandes esperanças no Capitão Haddock. À força de andarem juntos, vocês os dois, ele deveria ter-se tornado, fatalmente, mais polido, e foi exactamente isso que não aconteceu; e tu, tu não te deixaste contagiar por nenhuma das suas grosserias, nenhuma das suas fraquezas, tu não lhe tomaste nada, nem mesmo um dedo de whisky.
Mas vou ficar-me por aqui: o meu punho foi suspenso por um anjo, colega daquele que por vezes avisa Milou de que é melhor não ir mais longe. Lançar-te numa carreira (ou por outras palavras, o jornalismo, na realidade a “chevalerie”): tenho o direito de o fazer. Mas, não é o papel de um pai guiar o próprio filho na escolha dos seus defeitos!
Salvé, meu pequeno garoto! Direi mesmo mais: salvé!
                                                                                                   
                                                                                                        Hergé
 

Mon cher Tintin  
Il y a déjà 35 ans que tu es mon fils, et c'est la première fois que je t’écris.
J’ai voulu, avant tout, que tu vives ta vie. Vingt fois tu es parti afin de parcourir le monde. Pendant ce temps, moi, crayon en main, et des tonnes de papiers devant moi, j'ai rêvé tes aventures.
Ainsi, depuis toujours, nous avons été séparés; et, simultanément, unis par les liens les plus forts qui peuvent unir deux êtres. J'ai l’habitude de me "correspondre" avec toi, mais pas par lettre. D'où cette insécurité, cette émotion légère que je ressens quand je prends la plume pour t’écrire.Tu m'intimides, Tintin!
Si je suis fier de toi?... Bien sûr que je suis fier. Tu me donnes de grandes joies, beaucoup de peurs aussi, mais jamais la moindre raison de tristesse ou de mécontentement. Il fut un temps - celui de ma jeunesse – où je voulais justement être comme toi. J'aurais aimé avoir été un héros sans peur et irrepreensible. Mais malheureusement, c'est une illusion qui a disparu depuis longtemps... Je ne supporte plus la parole de l'Évangile: ". Soyez parfaits, comme votre enfant est parfait»
Parfait: si quelqu'un l’est, ce quelqu’un c'est toi. Je devrais me sentir vaincu, me rendre. Alors pourquoi ce sentiment d'être un petit peu déçu? Justement parce que tu es trop parfait.
Comment moi, un homme normal, né de parents normaux, j’ai un fils qui n'est pas «comme les autres»? Que penses-tu de cela? Pourquoi il y a-t-il en toi quelque chose (comment expliquer? ...) qui n'est pas entièrement «humaine»?
J'ai mis de grands espoirs sur le capitaine Haddock. A force de marcher ensemble, vous deux, il aurait dû devenir, inévitablement, plus poli, et c'est exactement ce qui n'est pas arrivé, et toi, tu ne t’es laissé infecté par aucune de ses grossièretés, aucune de ses faiblesses, tu ne lui as rien pris, même pas un doigt de whisky.
Mais je vais rester ici: ma main a été arrêtée par un ange, un collègue de celui qui parfois avertit Milou qu’il vaut mieux ne pas aller plus loin. Te lancer dans une carrière (ou en d'autres termes, le journalisme, en fait la «Chevalerie»): j’ai le droit de le faire. Mais, ce n'est pas le rôle d'un père de guider son propre fils dans le choix de ses défauts!
Salut, mon petit garçon! Je dirai même plus: Vive!
                                                                                                   
Hergé

Tradução feita pelas professoras de Francês da Escola Infante D.Pedro, Carla Santos e Paula Ângela

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Os livros que os alunos leram no Mês das Bibliotecas Escolares

No pré-escolar



Uma miúda queria ir brincar para o pátio, mas estava a chover. A televisão transmitia um programa maçador e ela então pegou num livro ilustrado. Pouco convencida da leitura no início, acabou por ser interessar e enfiou-se (literalmente) nas histórias. Ou seja, caiu mesmo para dentro do livro. Até o Gato das Botas correr com ela dali para fora, ainda acordou a Bela Adormecida antes de o príncipe chegar, deu de caras com o Lobo Mau na cama com a avó do Capuchinho Vermelho e ia sendo comida.




No 1º Ciclo:



A menina que detestava livros, obra de estreia da indiana Manjusha Pawagi, é uma narrativa cujo tema anda à volta do gosto (ou da falta dele) pelos livros e pela leitura. Mina, a protagonista, detesta livros exactamente porque vive rodeada deles. Contudo, quando as personagens das histórias infantis acidentalmente saem dos livros a que pertencem, a menina vai ter que as ajudar, descobrindo a sua origem. Narrativa metafórica sobre a descoberta do prazer da leitura, o livro conta ainda com ilustrações que dão conta a forma como as personagens lidam a presença dos livros nas suas vidas, representando os momentos cruciais da intriga de final feliz. | Ana Margarida Ramos
inCasadaLeitura
        

                                                           No 2º Ciclo



No dia em que Leopoldo fez oito anos, os pais ofereceram-lhe dois livros, tal como acontecia em todos os aniversário desde que tinha nascido! Leopoldo sentiu-se tão triste e infeliz... não gostava mesmo nada de ler. Sempre que tentava fazê-lo, as letras começavam a misturar-se umas nas outras numa grande confusão de rabiscos pretos sem qualquer significado. Mas os pais não entendiam o seu problema e insistiam tanto para que ele lesse que um dia Leopoldo decide fugir de casa! É então que conhece alguém muito especial, um grande amigo, que descobre o que realmente se passa com ele e juntos começam a partilhar muitas e muitas páginas de aventuras, sonhos e fantasia...
                                                                      No 3º Ciclo



«Uma parábola sobre a impossibilidade de um conhecimento total, narrada com elegância, precisão milimétrica e meridiana clareza por Manuel António Pina – um dos nossos melhores poetas, além de mestre na arte de comunicar com os mais novos, sem facilidades nem infantilismos. [...]A excessiva sabedoria do Sábio é a sua maldição: mesmo quando se descobre cansado de viver, percebe que não se pode entregar à Morte, porque ela só o alcançará quando ele não a reconhecer (e ele reconhece tudo). A libertação implica uma saída do labirinto de livros em que se emparedou. E é apenas quando por fim enfrenta a realidade – descobrindo a verdadeira fome, a verdadeira compaixão, o verdadeiro sofrimento, o verdadeiro amor – que o Sábio se apercebe dos limites do seu vasto saber. É uma lição, claro. E das subtis: tão irónica quanto poética.»
José Mário Silva, Expresso

 

Biblioteca de papel

A leitura na idade do armário

Em suma, o adolescente não fecha a porta para sempre. Precisa de espaço e autonomia, pelo que não o podemos sufocar com a nossa prestável ajuda, como fazemos com as crianças. Temos também de perceber que está a construir o seu mundo a partir de estímulos diversos e simultâneos. Um livro adorado hoje será odiado amanhã, ou talvez não. E muito provavelmente um livro impenetrável hoje será legível amanhã. Para lermos com sucesso, temos de relacionar em permanência o que lemos com o nosso conhecimento prévio. Muitas vezes não damos por isso, mas sempre que lemos estabelecemos ligações. Por isso empatizamos com personagens, situações, descrições, ousentimos tristeza, nostalgia, medo, alegria, solidariedade, revolta. Se o livro estiver noutro hemisfério, para nós totalmente desconhecido, não o conseguimos ler. Pensando nos adolescentes e na instabilidade do seu desenvolvimento, a probabilidade de isto acontecer é muito maior. E é natural que assim seja.

A Promoção faz-se tentando e errando sempre. Muitos frutos não se vêem no imediato, não podemos cair na tentação de verificar se fizemos tudo bem, se o fizermos estamos a controlar a liberdade do outro e deitamos todo o trabalho por terra. Não há fórmulas milagrosas, há caminhos. Alguns não leitores nunca se tornam leitores, e têm esse direito. Muitos tornar-se-ão leitores selectivos, quando chegarem à idade adulta. É um mistério e uma maratona, necessariamente altruísta

( Andreia Brites, entusiasta promotora da leitura e blogue do Bicho dos Livros. Ler tudo, mas tudo mesmo, aqui.)

A Revista Ler aposta na escrita do público mais jovem


A revista Ler vai dedicar, a partir de Janeiro, um espaço para textos (ficção e não ficção) escritos por jovens entre os 15 e os 25 anos. Na senda de suplementos míticos como o Suplemento Juvenil do Diário de Lisboa ou o DN Jovem, que figuram na história da literatura portuguesa, a Ler incentiva não apenas a escrita, mas também a leitura da revista por parte deste público mais jovem. As informações constam na edição de Novembro da revista e no blogue da Ler.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Portugal, país - tema da Feira do Livro para Crianças e Jovens de Bolonha 2012




Portugal foi escolhido como o país-tema da Feira do Livro para a Crianças e Jovens de Bolonha do próximo ano, o que a todos nos enriquece e alegra. 
O cartaz da imagem apresenta as cerejas escolhidas como imagem da Exposição sobre a ilustração portuguesa que abrirá a 49ª edição da Fiera del Libro per Ragazzi, que inclui ainda um stand sobre Portugal, e onde palavras e imagens dos nossos autores estarão certamente em destaque. Em 2011, o país-tema foi a  Lituânia e em 2013 será a Suécia.

Ciberescolas da Língua Portuguesa em linha


A CiberEscola da Língua Portuguesa é uma plataforma de recursos interativos e cursos online de ensino do português e constitui um projeto único no universo de oferta editorial e institucional via Web.

A CiberEscola oferece: livre acesso, diversidade de níveis e áreas (do 5º ao 12º ano) e diversidade de temas (música e artes, viagens, tradições, desporto, histórias de vida,...) através dos quais se pode ir aprendendo, de forma autónoma e flexível, gramática, interpretação e escrita da língua portuguesa.