quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Teresa Horta nas Quintas de Leitura da Biblioteca Municipal


Resultados da Prova de Escola do Concurso Nacional de Leitura



                                  1º Lugar  - Inês Cavaleiro, nº 8, 9º A

                                  2º Lugar – Pedro Amaro Silva, nº21, 7º D

                                 3º Lugar – Raquel Matos Gonçalves,  nº 12 , 8º A

 

                                   1º Suplente - Ana Carolina Bessa, nº 12, 8º A

                                   2º  Suplente – Marta Filipa Santos, nº 18, 8º A

                                  3º SuplenteAna Maria Veiga Espada, 8º D

sábado, 26 de janeiro de 2013

O Diário de Anne Frank

O Diário de Anne Frank e a crónica A Montra de José Gomes Ferreira






             SEXTA-FEIRA, 9 DE OUTUBRO DE 1942

             Querida Kitty

Hoje tenho apenas novidades tristes e deprimentes para te contar. Os nossos muitos amigos e conhecidos Judeus estão a ser levados em massa. A Gestapo está a tratá-los muito duramente e a transportá-los em carruagens de gado para WesterborK, o grande campo em Drenthe para onde estão a mandar todos os Judeus, Miep falou-nos de uma pessoa que conseguiu fugir de lá. Deve ser terrível, WesterborK. Não dão quase nada para comer às pessoas muito menos para beber, pois a água está indispensável apenas uma hora por dia, e só há uma sanita e uma bacia para vários milhares de pessoas. Os homens e as mulheres dormem nos mesmos quartos, e muitas vezes rapam as cabeças às mulheres e às crianças. A fuga é quase impossível; muitas pessoas têm aspeto de judias e são identificadas pelas cabeças rapadas.

                Se as coisas estão tão más na Holanda, como será nesses locais distantes e incivilizados para onde os alemães os estão a mandar? Partimos do princípio de que a maioria está a ser assassinada. A rádio inglesa diz que estão a ser gaseados. Talvez seja a forma mais rápida de morrer.

                Sinto-me terrivelmente. Os relatos de Miep destes horrores são tão dilacerantes, e Miep também está muito perturbada. No outro dia, por exemplo, a Gestapo depositou uma mulher judia idosa e aleijada à porta de Miep, enquanto foram à procura de um carro. A velhota estava aterrorizada, com medo dos holofotes e das armas que disparavam contra os aviões ingleses. Contudo Miep não se atreveu a deixá-la entrar. Ninguém se atreveria. Os Alemães são bastante generosos quando se trata de distribuir castigos.

                Bep também está muito abatida. O namorado vai ser enviado para a Alemanha. De cada vez que passam os aviões, ela teme que estes larguem toda a sua carga de bombas em cima da cabeça de Bertus. Piadas como “Oh, não te preocupes, não podem cair todas em cima dele” ou “Uma bomba é mais do que suficiente”, não me parecem nada apropriadas nesta situação. Bertus não é o único que é obrigado a ir trabalhar para a Alemanha. Há comboios quando este pára em estações pequenas, mas são poucos os que conseguem escapar de serem botados e encontrar um lugar para se esconderem.

                Mas não terminam aqui as minhas lamentações. Já alguma vez ouviste o termo “reféns”? Esse é o último castigo para os sabotadores. É a coisa mais terrível que podes imaginar. Cidadãos importantes – pessoas inocentes – são feitos prisioneiros e ficam a aguardar a sua execução. Se a Gestapo não conseguir encontrar o sabotador, simplesmente pegam em cinco reféns e alinham-nos contra a parede. Lemos os anúncios das suas mortes nos jornais, onde se referem a eles como “acidentes fatais”.

                Belos espécimes da humanidade, estes alemães, e pensar que também sou um deles! Não, não é verdade, Hitler tirou-nos a nacionalidade há muito tempo. E além disso, não há maiores inimigos à face da terra do que os alemães e os judeus.

                                                                                                                                    Tua, Anne

                                                                                                                              In  Diário de Anne Frank       

Leia aqui o Prefácio deste diário, escrito por aquela que foi a  sua tradutora, Ilse Losa.

Excerto da crónica A montra de José Gomes Ferreira
 Hoje, no oitavo dia do mês de Maio de mil novecentos e quarenta e cinco, acabou na Europa a segunda grande guerra mundial. « Até que enfim!» - zumbiu a meu lado a voz melíflua dum cavalheiro dos olhos acendidos de entusiasmo, de conjuntivite e lugar-comum.
  « Até que enfim!», concordei eu, confuso de alegria, saltando do elétrico para me embeber na multidão ruidosa com bandeirinhas nas mãos, nas tranças das garotas, nos gritos dos cortejos – Vitória! Vitória! – e nos paus de vassoura sem bandeiras. Desceu finalmente o pano sobre esse pesadelo com bichos de aço, pilhas de mortos e cidades a arder, onde só faltava também cair a lua minada de explosivos para completar o peso da metralha.
     Desvaneceram-se as noites suadas de angústia, com as mãos fincadas nos aparelhos de rádio, quando o desespero dos momentos cruciantes acordava nos homens o dom de perceber todos os idiomas do planeta. Até búlgaro – como me garantiu certa vez um velho amigo, já idoso mas ainda com asas tão jovens na imaginação. Que entendeu integralmente as primeiras notícias do desembarque dos americanos na Europa nessa língua que, afinal, ninguém sabia se era búlgaro
    Nunca mais as boas discussões às mesas dos cafés com desenhos estratégicos esboçados à lufa - lufa nos mármores (uma coluna motorizada por aqui… outra pela margem do rio… além, uma testa de ponte…), nem os mapas recortados dos jornais e extraídos das carteiras como ases de trunfo, para confusão dos palermas sem mapas, mas ali eternamente fixes, naquela esquina, desde o tempo de Tolentino.
  Sumiram-se as teimas, as apostas, as conjeturas, as animadversões, os doestos, o «disse - me agora um amigo que voltou há pouco de Londres» e os boatos a pularem de boca em boca como gafanhotos verdes e infixáveis
   E, principalmente, já lá vão todos esses espantos adstritos à guerra que, para defesa do Arcanjo do Sono, ora tornávamos abstratos os patíbulos, os ventres abertos das crianças, os bairros residenciais em chamas as bombas de não sei quantas toneladas…-, ora lhes soprávamos jeitos de quimera para podermos suportar melhor, graças a uma pitada de poesia, as bombas voadoras e os foguetes com asas a perseguirem os comboios, rabiosos e incansáveis, como se estivessem carregados de explosivos inteligentes.
    Por fortuna, todo esse espetáculo macabro desfizera-se em fumo de passado e eu ia radiante, oh! Contente como um rato. Tanto que me assaltaram ganas de comprar também uma bandeira e imitar a satisfação lúgubre daquele homenzinho com quem esbarrei agora mesmo no Rossio, ajaezado de cores e de fitas na lapela, a manifestar, solitário, o prazer imensamente melancólico da sua independência.
- Vitória! Vitória…
              (…)
                                                                                                   in O Mundo dos Outros de José Gomes Ferreira
Leia aqui a crónica na íntegra.                                                                                                  

 

27 de Janeiro - Aniversário das Vítimas do Holocausto


Evocação do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto


27 de  Janeiro de 2013

Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

68º Aniversário da Libertação de Auschwitz

A evocação do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto decorrerá na Escola Infante D. Pedro através da leitura de um excerto do Diário de Anne Frank, em que Anne confidencia à sua amiga Kitty “as novidades tristes e deprimentes sobre os seus amigos judeus transportados em massa para WesterborK, o grande campo de concentração em Drenthe” e da crónica A Montra de José Gomes Ferreira, escrita “no oitavo dia do mês de Maio de mil novecentos e quarenta e cinco, data em que findou a segunda grande guerra mundial no meio de vivas e de bandeiras de triunfo”. Dois comoventes depoimentos contra a guerra, contra a injustiça e a crueldade dos homens, sentidos por aqueles que foram alvo da atroz perseguição  nazi e pelos homens do mundo cansados daquele “pesadelo com bichos de aço, pilhas de mortos e cidades a arder.”

Estas leituras destinam-se aos alunos do 2º e 3º ciclo e decorrerão quer nas aulas de Português, quer nas aulas de História, quer nas sessões de leitura na Biblioteca Escolar, na semana de 28 de Janeiro a 1 de Fevereiro.

A iniciativa deste evento cabe à Biblioteca Escolar, em parceria com os Grupos Disciplinares de Português, de História e de História e Geografia de Portugal.

 Os objetivos desta evocação prendem-se com a necessidade de contribuir para a preservação da memória coletiva de um dos momentos mais dramáticos da história mundial, junto dos mais novos, para quem os terríveis anos da Segunda Guerra surgem muitas vezes como um acontecimento de ficção, evocado de  quando  em quando pelo pequeno ou grande écran.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Prova de Escola do Concurso Nacional de Leitura


 
Pela segunda vez, a Biblioteca Escolar e o Grupo Disciplinar de Língua Portuguesa da Escola Infante D. Pedro aderem ao Concurso Nacional de Leitura. Iniciativa do PNL / Plano Nacional de Leitura – em articulação com a DGLB / Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas e com a RBE / Rede das Bibliotecas Escolares, cujos objetivos se prendem com a necessidade de promover a leitura nas escolas de uma forma lúdica e com a intenção de estimular a prática da leitura entre os alunos do 3º Ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário. O concurso pretende avaliar a leitura de obras literárias pelos estudantes desses graus de ensino.
O Concurso Nacional de Leitura decorrerá em três fases diferentes:
1ª Fase - a realizar nas Escolas; [Eliminatórias]
2ª Fase - a realizar nas Bibliotecas Municipais designadas pela DGLB; [Finais Distritais]
3ª Fase - Final Nacional, a realizar em local e com as capacidades técnicas de divulgação a designar no decorrer do concurso.

O livro selecionado para a prova de escola foi O Diário de Anne Frank.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Leitura do livro "Mistérios" de Matilde Rosa Araújo nas Sessões de Leitura na Biblioteca




 Iniciámos, na semana passada, nas sessões com o 4º ano, a leitura do livro “Mistérios” de Matilde Rosa Araújo. Um título que cria no leitor a expectativa de aventura, que rapidamente se esvanece  após a leitura dos vinte e dois poemas que o constituem. O leitor apercebe-se de que os Mistérios  sobre os quais a poetisa fala não são mais do que a beleza dos momentos simples da vida, postos a nu ora num cenário naturalista ora num contexto familiar ou intimista. Exemplo disso é o poema que dá título ao livro “Mistérios”, em que o protagonista, um pescador, após a faina do mar, regressa a casa pela manhã com uma rede cheia de peixes que pescara na noite e a poetisa mostra com a sua fina sensibilidade que, enquanto o pescador regressa com a rede cheia de peixes, “as estrelas do céu dormiam presas na luz da manhã” e, que, “quem come um peixe não se apercebe destes mistérios”. Ou seja, a poetisa evidencia a sintonia poética existente entre o trabalho do pescador e a beleza do amanhecer. Uma forma criativa e delicada de estabelecer a complementaridade entre o universo humano e o universo natural que, em conjunto, assumem uma beleza extraordinária e que tantas vezes escapa à perceção de muitos.  
Mas, se neste poema, a figura principal é um pescador, em muitos outros a centralidade é protagonizada por crianças. É o caso de “Arco- Íris”, “A Laranja” e “Golo”, em que o universo doméstico e familiar surge como cenário de pequenas narrativas, em que a nota dominante é o enaltecer da beleza dos momentos simples da vida: o de um pai a ensinar à pequena filha as cores do arco-íris; o de uma menina a comer  devagarinho uma laranja que caiu da laranjeira, tão bela como uma flor de sol; o dos meninos que jogam à bola na rua com alegria e vivacidade, tanta que “os pés dos meninos/são pés de alegria e de vento”, “a baliza uma nuvem tonta” e,  mais importante do que a vitória ou a derrota dos meninos,  é poder contemplar a felicidade  que transparece dos seus olhos.
Um verdadeiro hino à vida e à felicidade das coisas simples, em cenários povoados de uma  grande proximidade  entre os animais - pássaros, formigas, pombas  e burros – e as crianças, a solicitar um tempo de disponibilidade para se viver o jardim da vida.
L.V.

Entrega de Prémios aos alunos apurados na Prova de Escola do Concurso Concelhio de Leitura




A aluna Laura Sarmento do 5º A, primeira classificada, recebe o prémio entregue pela professora de Português Rosa Nicolau.



 A aluna Sofia Duarte do 5º C,  segunda classificada,  recebe o prémio entregue pela Directora de Turma, Hermínia Laranjo.



 O aluno Alexandre Carvalho do 6º A,  terceiro  classificado,  recebe o prémio entregue pela Directora de Turma, Conceição Pato Macedo.

Decorreu hoje, na Biblioteca da Escola, a entrega de prémios aos três alunos apurados na Prova de Escola do Concurso Concelhio de Leitura. Na presença de um elemento da Direcção do Agrupamento de Escolas Figueira Mar, a educadora Isabel, das professoras de Português e das respectivas Directoras de Turma, os alunos Laura Sarmento do 5º A, Sofia Duarte do 5º C e Alexandre Carvalho do 6º A foram contemplados com um certificado e um livro, numa cerimónia que pretendeu distinguir o desempenho destes pequenos leitores na prova interna de leitura. 
Estes alunos estarão presentes na final do Concurso Concelhio de Leitura, que terá lugar na Biblioteca Pública Municipal, no final do mês de Fevereiro, durante a Semana da Leitura.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Alunos apurados na Prova de Escola do Concurso Concelhio de Leitura


 Alunos apurados

1º lugar - Laura Sarmento - n.º 8, 5º A

2º lugar - Sofia Duarte - n.º 20, 5º C

3º lugar - Alexandre Carvalho - n.º 1, 6º A

Alunos suplentes

1º - João Sardinha - nº11, 6º A

2º - André Costa - n.º 2 , 6º C

3º - Elisabete Fernandes - n.º 8, 6º C


Participaram 43 alunos.

Prova de Escola do Concurso Concelhio de Leitura







 O Grupo de Trabalho Concelhio das Bibliotecas Escolares, a Divisão de Cultura da Câmara Municipal da Figueira da Foz, o Plano Nacional de Leitura em colaboração com as Escolas e Agrupamentos do concelho da Figueira da Foz levam a cabo, pela primeira vez, o Concurso Concelhio de Leitura. Uma iniciativa cultural que pretende replicar, a nível concelhio, o Concurso Nacional de Leitura, estendendo esta iniciativa de leitura lúdica a alunos de outro nível de ensino, mais precisamente, aos que frequentam o 2º ciclo do ensino básico. Tem, assim, como objectivos principais estimular a prática da leitura entre os alunos do 5º e 6º ano e avaliar a leitura de obras literárias pelos estudantes deste grau de ensino.
A Biblioteca da Escola Infante D. Pedro, em colaboração com o Grupo Disciplinar de Português, mobilizou-se para a realização da prova de escola deste concurso concelhio. O livro seleccionado como leitura obrigatória para a participação neste evento em torno da leitura lúdica foi A História do Homem Calado de Valter Hugo Mãe. Um livro recente de um jovem e talentoso  escritor  com uma mensagem actual e solidária.
A prova de escola terá lugar no dia 14 de Janeiro, pelas 14h30m, na biblioteca escolar. Incentive o (a) seu (ua) educando(a) participar. Para isso, bastar-lhe - á ler um exemplar do livro seleccionado, que lhe será facultado pela biblioteca escolar ou pela respectiva professora de Português.
Os três primeiros classificados participarão na final concelhia.

Mais Imagens do Natal na Biblioteca Escolar



Uma Prenda de Natal






 O Casino da Figueira da Foz, na pessoa do seu Director, Dr. Domingos Silva, ofereceu à Biblioteca da Escola Infante D. Pedro os livros de Educação Literária, o novo domínio do ensino do Português, contemplado nas recentes Metas Curriculares de Português para o Ensino Básico, que entra no ensino da língua materna com uma dignidade semelhante à dos restantes domínios. Cerca de cinquenta e cinco títulos, do 1º ao 9º ano, que contribuirão decisivamente para iniciar os alunos na leitura de textos mais complexos nas aulas de Português.
Este novo domínio, o da Educação Literária, aposta na centralidade do texto mais complexo que implica formas de interpretação mais exigentes, enriquecimento notório do vocabulário, contacto com estruturas sintácticas mais elaboradas, aprofundamento do pensamento. Uma forma de levar os alunos a pensar de forma mais autónoma.
Para além deste rol de livros, O Casino da Figueira ofereceu à Biblioteca Escolar quarenta e três livros, cuja edição foi assegurada ou patrocinada por esta instituição da cidade. Um conjunto de livros que valoriza o fundo documental desta biblioteca em termos de história local e permitirá o contacto dos alunos com alguns dos grandes figueirenses do passado, cujo percurso deve ser conhecido pelos jovens leitores, para que a memória e a acção destes homens bons enriqueça o presente e o futuro dos mais novos.