sexta-feira, 31 de maio de 2013

As respostas paras as perguntas que sempre colocou sobre a leitura com os seus filhos

Informação recolhida no  sítio Casa da Leitura

Livros e leitura em conversa na biblioteca escolar da Inafnte D. Pedro




O editor da Bruaá, Miguel Gouveia, estará hoje à noite na biblioteca  da Escola  Infante D. Pedro para uma conversa sobre livros e leitura. Os destinatários  privilegiados desta troca de palavras sobre livros e leituras são os pais e encarregados de educação dos alunos do 4º ano das escolas do 1º ciclo do Agrupamento de Escolas Figueira Mar e os alunos das turmas envolvidos no projeto de leitura Aprender com a BE - 5º A, 3º ano e 4º ano da Infante D. Pedro.











terça-feira, 28 de maio de 2013

Bibliotecas de Valter Hugo Mãe,uma crónica a não peder





As bibliotecas são como aeroportos. São lugares de viagem. Entramos numa biblioteca como quem está a ponto de partir. E nada é pequeno quando tem uma biblioteca. O mundo inteiro pode ser convocado à força dos seus livros. Todas as coisas do mundo podem ser chamadas a comparecer à força das palavras, para existirem diante de nós como matéria da imaginação. As bibliotecas são do tamanho do infinito e sabem toda a maravilha.
Os livros são família direta dos aviões, dos tapetes-voadores ou dos pássaros. Os livros são da família das nuvens e, como elas, sabem tornar-se invisíveis enquanto pairam, como se entrassem para dentro do próprio ar, a ver o que existe dentro do ar que não se vê.
O leitor entra com o livro para dentro do ar que não se vê.
Com um pequeno sopro, o leitor sopra para o outro lado do mundo ou para outro mundo, do avesso da realidade até ao avesso do tempo. Fora de tudo, fora da biblioteca. As bibliotecas não se importam que os leitores se sintam fora das bibliotecas.
Os livros são toupeiras, são minhocas, eles são troncos caídos, maduros de uma longevidade inteira, os livros escutam e falam ininterruptamente. São estações do ano, dos anos todos, desde o princípio do mundo. Os livros esticam e tapam furos na cabeça. Eles sabem chover e fazer escuro, casam filhos e coram, choram, imaginam que mais tarde voltam ao início, a serem como crianças. Os livros têm crianças ao dependuro e giram como carrosséis para as ouvir rir.
Os livros têm olhos para todos os lados e bisbilhotam o cima e baixo, o esquerda e direita de cada coisa ou coisa nenhuma. Nem pestanejam de tanta curiosidade. Querem ver e contar. Os livros é que contam.
As bibliotecas só aparentemente são casas sossegadas. O sossego das bibliotecas é a ingenuidade dos incautos. Porque elas são como festas ou batalhas contínuas e soam trombetas a cada instante e há sempre quem discuta com fervor o futuro e seja destemido, merecedor da nossa confiança e da nossa fé.





As bibliotecas são como festas ou batalhas contínuas e soam trombetas a cada instante e há sempre quem discuta com fervura o futuro, quem seja merecedor da nossa confiança e da nossa fé
 Adianta pouco manter os livros de capas fechadas. Eles têm memória absoluta. Vão saber esperar até que alguém as abra. Até que alguém se encoraje, esfaime, amadureça, reclame o direito de seguir maior viagem. E vão oferecer tudo, uma e outra vez, sem refilarem, sem se aborrecerem de infinitamente pessoas novas. Os livros gostam de pessoas que nunca pegaram neles, porque têm surpresas para elas e divertem-se a surpreender. Os livros divertem-se.
As pessoas que se tornam leitoras ficam logo mais espertas, até andam três centímetros mais altos que é efeito de um orgulho saudável de estarem a fazer a coisa certa. Ler livros é uma coisa muito certa. As pessoas percebem isso imediatamente. E os livros não têm vertigens. Eles gostam de pessoas baixas e gostam de pessoas que ficam mais altas.
Depois da leitura de muitos livros pode ficar-se com uma inteligência admirável e a cabeça acende como se tivesse uma lâmpada dentro. É muito engraçado. Às vezes, os leitores são tão obstinados com a leitura que nem ascendem a luz. Ficam com o livro perto do nariz a correr as linhas muito lentamente para serem capazes de ler. Os leitores mesmo inteligentes aprendem a ler tudo. Lêem claramente o humor dos outros, a ansiedade, conseguem ler as tempestades e o silêncio muito baixinho. Os melhores leitores, um dia, até aprendem a escrever livros. São como pessoas com palavras por fruto, como as árvores que dão maçãs ou laranjas. Dão palavras que fazem sentido e contam coisas às outras pessoas.
Já vi gente a sair de dentro dos livros. Gente atarefada até com mudar o mundo. Saem das palavras e vestem-se à pressa com roupas diversas e vão porta fora a explicar descobertas importantes. Muita gente que vive dentro dos livros tem assuntos importantes para tratar. Precisamos de estar sempre atentos. Às vezes compete-nos dar despacho. Sim, compete-nos pôr mãos ao trabalho. Mas sem medo. Os trabalhos que temos pela escola dos livros são normalmente um modo de ficarmos felizes.
Este texto é um abraço especial à biblioteca da escola Frei João, de Vila do Conde, e à biblioteca do Centro Escolar de Barqueiros, concelho de Barcelos. As pessoas que ali lêem livros saberão porquê. Não deixa também de ser um abraço a todas as demais bibliotecas e bibliotecários, na esperança de que nada nos convença de que a ignorância ou o fim da fantasia e do sonho são o melhor para nós e para os nossos. Ler é esperar por melhor.

Valter Hugo Mãe, in JL de 15 a 28 de maio de 2013

domingo, 26 de maio de 2013

Leituras aninhadas, apresentação de livro




O JARDIM DE BABAÏ, o último livro da editora Bruaá


O JARDIM DE BABAÏ












Este livro propõe uma leitura em português e uma leitura em persa em sentido contrário. Assim, o início do conto em português corresponde ao final do conto em persa. A tradução da versão portuguesa encontra-se na página 1 e a tradução da versão persa encontra-se na página 32.


“O Jardim de Babaï é um livro “enganador” na sua aparente simplicidade de recursos. À primeira vista parece que nos deparamos com um relato construído sobre um conhecido modelo dos contos de tradição oral, acompanhado de belas ilustrações. Num primeiro encontro com o livro talvez a nossa atenção seja atraída pela presença de duas línguas, percursos de leitura em direções contrárias, a técnica da ilustração e pouco mais. No entanto, são estes elementos construtivos e outros que, se olhados com maior atenção, nos darão conta de um livro deliberadamente ambíguo, aberto, propiciador de uma atividade intensa e inesgotável de produção de significados por parte do leitor.

                Marcela Carranza
             Informação via Blogue da Bruaá


 O Jardim na Casa da Leitura
De elaborada concepção, "O Jardim de Babaï" é um álbum bilingue em português e persa (farsi) que explora não só elementos da cultura oriental (iraniana, em particular), como é o caso dos tapetes, propondo uma leitura particular destes objectos, como das duas línguas que compõem a publicação. Assim, são-nos propostas duas rotas de leitura: uma orientada pelo texto em português, começando na capa e seguindo até ao final de acordo com as convenções ocidentais; a segunda seguindo o processo de leitura da língua persa e começando do ponto que, para os leitores ocidentais, é a contracapa. Original jogo de leitura que recorre, do ponto de vista da ilustração, a um hábil jogo de decomposição e recorte dos motivos dos tapetes persas transformados em personagens de uma intriga simples mas particularmente bela e eficaz. 

Ana Margarida Ramos | Casa da Leitura
Fotografia de Mandana Sada

Um livro sobre a obra de Manuel António Pina para a infância e a juventude de Sara Reis da Silva

"Presença e significado de Manuel António Pina na literatura portuguesa para a infância e a juventude" de Sara Reis da Silva, uma edição da Fundação Calouste Gulbenkian.






                                                            Um livro a não perder.