quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Um Rapaz Invulgar de Don Brown

 
Albert nasceu em 1879. Não era um bebé particularmente bonito, pois era demasiado gordo e a sua cabeça parecia ser maior do que a dos outros bebés. Foi crescendo mas não se tornou um rapaz simpático - batia na irmã, enfurecia os professores e não tinha muitos amigos. Divertia-se a construir castelos de cartas, puzzles, a tocar violino e adorava os enigmas da geometria e da matemática. Na escola, era um rapaz discreto, pouco exuberante. Alguns professores avaliavam-no como sendo pouco inteligente. Contudo, os seus pensamentos estavam destinados a mudar o nosso mundo.

O Rapaz que Tinha Medo de Mathilde Stein

O Rapaz que Tinha Medo vai procurar ajuda às páginas amarelas e encontra o numero da Árvore Mágica. Marcam uma entrevista, mas a árvore avisa-o dos perigos da floresta assombrada e das suas estranhas criaturas. Decidido, o rapaz põe-se a caminho. Será que vai perder o medo? 0 medo de tudo? 0 medo de andar na rua com as suas calças às flores (porque os outros podem troçar dele)? E o medo do escuro (porque podem aparecer fantasmas debaixo da cama)?
aqui a história.

Pablo, o pintor de Satoshi Kitamura

 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quem é Pablo, o pintor? Inevitavelmente, os adultos pensarão em Picasso. Poderá a narrativa levar a ele? Através do contacto com o bloqueio criativo e com o sonho, possivelmente. Mas não pela biografia.
Este Pablo é um elefante cujo sonho é expor o seu trabalho e agora que tem essa oportunidade não sabe o que pintar. Este é o momento inicial da história, com a qual todas as crianças se identificam: o bloqueio criativo acontece-lhes perante a folha em branco e a liberdade de escolha, no seu dia a dia, na escola.
Como resolver o problema é a pergunta a que a leitura vai responder – eis o primeiro móbil de interesse. Pablo parte para o campo a conselho dos amigos, como tentativa de encontrar a inspiração e o tema para a sua pintura. O quadro, no seu cavalete, expõe-se ao longo do processo, nas ilustrações, pelo que todos o acompanhamos. Pablo começa a pintar a paisagem natural que o rodeia, até fazer uma pausa para almoçar e se deliciar com uma sesta. Aqui dá-se o momento de viragem da narrativa, com uma sucessão de acontecimentos inesperados e alheios à personagem. Seis animais aparecem, sucessivamente, acrescentando à paisagem da tela algo que é para si importante. Cada um tem uma perspectiva única do mesmo espaço, de acordo com as suas necessidades e gostos, em suma, da sua identidade. A contribuição colectiva alarga a perspectiva limitada do olhar individual.
Recorrendo à técnica enumerativa, Kitamura apresenta cada um dos animais através da ilustração, no topo da página. Depois, segue-se a intervenção no quadro. Um a um, vão completando a tela com relva, bolotas, o céu mais azul, o bosque ao fundo, as flores na relva e finalmente… um mistério.
A pintura esteve sempre visível até aqui, quando o Sr. Lobo se apodera do pincel para lhe acrescentar o último retoque. Este é o segundo momento em que o autor prende a atenção do seu público: o jogo de desvendar e esconder é agora o responsável pelo mistério. A ilustração deixa de reforçar a ideia do texto, deixa de o complementar, e passa a ocultar uma preciosa informação: o que pintou o Sr. Lobo? O momento artístico dos animais acaba quando todos contemplam o resultado do seu trabalho com entusiasmo e surpresa, pelo elemento que o último deles tinha acrescentado.
O enfoque narrativo retorna a Pablo, que acorda da sesta. Afirma ter tido um sonho estranho e saber agora o que pintar. Voltamos a ver a tela, igual à que Pablo interrompe para almoçar e a ovelha encontra durante a sua sesta. Onde estão todas as alterações que tiveram lugar enquanto o pintor dormia? Será que tudo não passou de um sonho?
No final, apresenta-se finalmente o quadro terminado, na parede da exposição. Revela-se o mistério: lá está a paisagem, com os elementos que os animais lhe haviam acrescentado (em sonhos ou na realidade?) e com o Sr. Lobo a pintar o retrato dos restantes companheiros nessa mesma paisagem. Temos então um quadro dentro de outro quadro, como uma narrativa dentro de outra. O quadro é a história do sonho de Pablo, é a imagem que sintetiza a história que o livro nos conta, que a conclui e revela.
O topos do sonho, tantas vezes utilizado na história da literatura infantil como ponte entre a fantasia e a realidade, é aqui dissolvido, transformando-se no centro problematizador da narrativa. É na dualidade que reside a resposta ao problema inicial do bloqueio artístico: a originalidade e qualidade da pintura decorre de Pablo ter escolhido contar como era aquela paisagem para os que lá vivem e interagem, em vez de simplesmente a ter visto com os seus olhos.
Para além da mensagem, a estratégia narrativa (em que a cumplicidade entre texto e ilustração é tão subtil como eficaz) desafia as crianças a ultrapassarem as fórmulas reconhecíveis, partindo desse reconhecimento. Sem se deixar tentar pela experiência da ilegibilidade, Satoshi Kitamura propõe uma leitura que não choca os leitores menos seguros, despertando-os contudo para a intersecção na construção da lógica narrativa. Prova assim que o recurso à linearidade da enumeração pode integrar uma estrutura mais complexa, contribuindo para fixar a atenção dos leitores, sem abdicar do risco.
in  O Bicho dos Livros

O Rapaz dos Hipopótamos de Maragaret Mahy e Steven Kellog.

 Este livro conta a história de um rapaz chamado Roberto que um dia a caminho de casa é seguido por um hipopótamo e no dia seguinte também e no dia depois desse...Embora a casa dos pais de Roberto fosse grande, ter dezenas de hipopótamos no jardim não era uma ideia que agradasse aos donos da mansão. É aqui que entra a bruxa e dá uma poção mágica ao menino. Os hipopótamos desapareceram num ápice mas no dia seguinte um novo animal cruza o caminho de Roberto e no dia seguinte também e no dia depois desse...
 
 





 

 








 

Laura e o Coração das Coisas de Lorenzo Silva e Jordi Sàbat

Este livro Laura e o Coração das Coisas, numa tradução de Inês Pedrosa, foi o livro que se seguiu nas sessões de leitura para o 1º ciclo. A intenção foi dar a ler outro texto, cuja mensagem se aproximava da do  livro anterior.



"... esta história  revela-se pela sua importância uma boa solução para aquilo que já não queremos, daquilo que já não precisamos e que o fim a dar a essas coisas em sobra podem ainda não ter os dias contados. Insignificantes para nós, essas coisas podem ainda vir a ter muita serventia e importância para outros. Assim, a nossa anfitriã Laura via coisas que mais ninguém via. Todos os objectos tinham vida, sentimentos. Aos seus olhos, todas as coisas tinham a sua família, a sua origem e de cada vez que olhava para um objecto, este tinha de pertencer a qualquer coisa, como por exemplo um lápis pequenino tinha junto assim um lápis grande (pai) e um médio (mãe). Era assim com todos os outros objectos. Para a Laura, que via coisas que os outros não viam, todas as coisas eram muito mais que meras coisas… Desta forma, associando as coisas umas às outras, como uma espécie de família, Laura fazia de tudo para que as ditas “famílias” nunca estivessem separadas. As bolas todas juntas, os cavalos com os cavalos, os carros com os carros, enfim, todos os objectos estavam juntos de acordo com a sua origem. Então, Laura “…soube assim que as coisas tinham o seu coração…” À medida que ia recebendo brinquedos novos, ia deixando os outros de lado acumulados no baú, até não caberem mais. A mãe da Laura pediu-lhe para dar os brinquedos mais antigos, aqueles com que ela não brincava mais. Após várias recusas e uma última intervenção da mãe “… se não brincas com eles, ficarão sozinhos e tristes, e aborrecer-se-ão, e acabarão por adoecer de tristeza…”, dito isto, Laura que “sabia que as coisas tinham um coração como as pessoas, e que os mimos lhes faziam falta e que se sentiam mal quando ficavam sozinhas” concordou em dar alguns dos seus brinquedos para outras meninas e meninos para também eles poderem sentir a alegria e terem com que brincar. Juntos, brinquedos e os seus novos donos, ganhariam uma nova vida.
Desta história podemos retirar um excelente exemplo e uma grande verdade. As coisas também têm coração e, quando aos nossos olhos pelo excessivo e repetitivo cansaço de as olharmos nos perecerem velhas e sem serventia, aos olhos de um outro alguém talvez essas mesmas coisas pareçam novas e com muita vida ainda para dar.
Num tempo tão conturbado como o que estamos a atravessar, a melhor forma de o superar será fazer como a Laura, dar uma nova vida aquilo de que já não precisamos. Certamente haverá quem não se importe de dar vida a essas mesmas coisas. “Por isso Laura quis que os outros vissem o coração das coisas… Para oferecer alegria, e não tristeza às coisas e às pessoas…” Esta é a história da “Laura e o coração das coisas”
 
 

O Coração e a Garrafa de Oliver Jeffers

O Coração e a Garrafa de Oliver Jeffers

Do mesmo autor de Perdido e Achado, este livro O Coração e a Garrafa mostra-nos o quão importante é ver com o coração, por maior que seja o fascínio que se sinta pelo mundo envolvente.
 
 
 

Perdido e Achado de Oliver Jeffers, publicado pela Orfeu Negro

Sessões de Leitura para o 1º ciclo na biblioteca da escola Infante D.Pedro



Ao longo do primeiro período, uma vez por semana, os alunos do 1º, 2º, 3º e 4º anos da Escola Infante D.Pedro leram e ouviram ler histórias fantásticas.
Aqui ficam alguns desses livros que os fizeram criar laços mais estreitos com a escrita.


As sessões iniciaram-se como o livro "Perdido e Achado  " de Oliver Jeffers. A aventura mágica de um menino e de um pinguim sobre a amizade.


Este livro foi já adaptado ao cinema de animação pelo realizador Peter Hunt (AKA Studio, 2008).
Foi considerado o melhor livro do ano em 2006 pela BBC Television e em 2005 recebeu a Medalha de Ouro da Nestlé Children´s Award.