segunda-feira, 28 de outubro de 2013
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
Biblioteca Verde de Carlos Drummond de Andrade
Papai, me compra a Biblioteca Internacional de Obras Célebres.
São só 24 volumes encadernados
Em percalina verde.
Meu filho, é livro demais para uma criança.
Compra assim mesmo, pai, eu cresço logo.
Quando crescer eu compro. Agora, não.
Papai, me compra agora. É em percalina verde,
Só 24 volumes. Compra, compra, compra.
Fica quieto, menino, eu vou comprar.
Rio de Janeiro? Aqui é o coronel.
Me mande urgente sua Biblioteca
Bem acondicionada, não quero defeito.
Se vier com arranhão recuso, já sabe:
quero devolução de meu dinheiro.
Está bem, Coronel, ordens são ordens.
Segue a Biblioteca pelo trem-de-ferro,
Fino caixote de alumínio e pinho.
Termina o ramal, o burro de carga
Vai levando tamanho universo.
Chega cheirando a papel novo, mata
de pinheiros toda verde. Sou
o mais rico menino destas redondezas.
(Orgulho, não; inveja de mim mesmo.)
Ninguém mais aqui possui a coleção
das Obras Célebres. Tenho de ler tudo.
Antes de ler, que bom passar a mão
no som da percalina, esse cristal
de fluida transparência: verde, verde.
Amanhã começo a ler. Agora não.
Agora quero ver figuras. Todas.
Templo de Tebas. Osíris, Medusa,
Apolo nu, Vênus nua... Nossa
Senhora, tem disso nos livros?
Depressa, as letras. Careço ler tudo.
A mãe se queixa: Não dorme este menino.
O irmão reclama: Apaga a luz, cretino!
Espermacete cai na cama, queima
a perna, o sono. Olha que eu tomo e rasgo
essa Biblioteca antes que pegue fogo
na casa. Vai dormir, menino, antes que eu perca
a paciência e te dê uma sova. Dorme,
filhinho meu, tão doido, tão fraquinho.
Mas leio, leio. Em filosofias
tropeço e caio, cavalgo de novo
meu verde livro, em cavalarias
me perco, medievo; em contos, poemas
me vejo viver. Como te devoro,
verde pastagem. Ou antes carruagem
de fugir de mim e me trazer de volta
à casa a qualquer hora num fechar
de páginas?
Tudo que sei é ela que me ensina.
O que saberei, o que não saberei
Nunca,
está na Biblioteca em verde murmúrio
de flauta-percalina eternamente.
São só 24 volumes encadernados
Em percalina verde.
Meu filho, é livro demais para uma criança.
Compra assim mesmo, pai, eu cresço logo.
Quando crescer eu compro. Agora, não.
Papai, me compra agora. É em percalina verde,
Só 24 volumes. Compra, compra, compra.
Fica quieto, menino, eu vou comprar.
Rio de Janeiro? Aqui é o coronel.
Me mande urgente sua Biblioteca
Bem acondicionada, não quero defeito.
Se vier com arranhão recuso, já sabe:
quero devolução de meu dinheiro.
Está bem, Coronel, ordens são ordens.
Segue a Biblioteca pelo trem-de-ferro,
Fino caixote de alumínio e pinho.
Termina o ramal, o burro de carga
Vai levando tamanho universo.
Chega cheirando a papel novo, mata
de pinheiros toda verde. Sou
o mais rico menino destas redondezas.
(Orgulho, não; inveja de mim mesmo.)
Ninguém mais aqui possui a coleção
das Obras Célebres. Tenho de ler tudo.
Antes de ler, que bom passar a mão
no som da percalina, esse cristal
de fluida transparência: verde, verde.
Amanhã começo a ler. Agora não.
Agora quero ver figuras. Todas.
Templo de Tebas. Osíris, Medusa,
Apolo nu, Vênus nua... Nossa
Senhora, tem disso nos livros?
Depressa, as letras. Careço ler tudo.
A mãe se queixa: Não dorme este menino.
O irmão reclama: Apaga a luz, cretino!
Espermacete cai na cama, queima
a perna, o sono. Olha que eu tomo e rasgo
essa Biblioteca antes que pegue fogo
na casa. Vai dormir, menino, antes que eu perca
a paciência e te dê uma sova. Dorme,
filhinho meu, tão doido, tão fraquinho.
Mas leio, leio. Em filosofias
tropeço e caio, cavalgo de novo
meu verde livro, em cavalarias
me perco, medievo; em contos, poemas
me vejo viver. Como te devoro,
verde pastagem. Ou antes carruagem
de fugir de mim e me trazer de volta
à casa a qualquer hora num fechar
de páginas?
Tudo que sei é ela que me ensina.
O que saberei, o que não saberei
Nunca,
está na Biblioteca em verde murmúrio
de flauta-percalina eternamente.
sábado, 5 de outubro de 2013
O Escritaria em Penafiel 2013 com Mário de Carvalho
Penafiel vai homenagear nos próximos dias 4, 5 e 6 de Outubro, no Escritaria - o maior festival literário em torno de um escritor de língua portuguesa vivo - o Escritor Mário de Carvalho, que lançará em Penafiel o seu novo livro “A liberdade de Pátio”, o qual reúne sete contos inéditos, a cargo de Paula Mourão.
Por Penafiel vão passar diversas personalidades para homenagear o autor.
Informação recolhida no sítio do Município de Penafiel.
Para saber mais, leia aqui
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
Biblioteca Fnac Kids - 100 Livros Que Crescem Contigo
COMO GANHAR 100 LIVROS PARA A VOSSA BIBLIOTECA
O que é?
A Fnac desafia todas as escolas a participar num passatempo criativo, no âmbito do projeto Biblioteca Fnac Kids.
O objetivo é o desenvolvimento de uma história ilustrada, que será premiada com os 100 livros da Biblioteca.
Para quem?
Este desafio é dirigido a todas as escolas, especificamente às turmas do 2º e 3º ciclo. Poderão submeter um projeto por turma, até à data limite de 02/04/2014, no dia Mundial do Livro Infantil.
Como ganhar?
Todas as histórias deverão conter capa, contracapa e um texto ilustrado, num mínimo de 10 páginas e um máximo de 30. As histórias serão avaliadas por um júri composto por um representante da Fnac, do roteiro Estrelas e Ouriços, e um autor/ilustrador de livros infantis.
Vencedores
Os vencedores serão divulgados no dia 01/06/2014.
Regulamento detalhado
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