quarta-feira, 2 de maio de 2012

O rio sou eu e eu sou o rio de Manuela Azevedo

Esqueço-me de mim e sigo a sua dança
agitada pelo vento,
vou ao encontro das águas,
alegro-me em seu manto prateado.       

O rio sou eu e eu sou o rio.

Como gostaria de não ser mais eu
e ser este  rio em liberdade
conhecedor do seu percurso
a antever a agitação do mar.                           

Tenho sede e a minha água
não a posso beber.
Mergulho até ao fundo do rio
e  fico a observar-me deste lado,
na quietude da tarde ensolarada.                

O rio sou eu e eu sou o rio.

Nele quero navegar
ao sabor da cadência do seu curso,
meditar  sem tempo
arredada  do bulício do mundo,
procurando a foz do meu destino.


Mas mais não posso do que contemplar
a beleza  do rio,
neste instante de paz e devaneio
em que feliz me fundo com o rio.    


Manuela Azevedo


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