Em Uma Estrela, o autor,
Manuel Alegre, recorda com nostalgia o ritual de preparação do presépio, quando
era criança. A comandar os trabalhos, cuidadosamente planeados, lentos,
realizados por fases, culminando com o aparecimento do Menino Jesus, no dia de
Natal, estava a sua avó, Margarida, belamente retratada pela ilustradora do
texto, Cristina Valadas, logo a abrir o livro, e emotivamente recordada pelo
autor da prosa. “Mas mágica, verdadeiramente mágica, era a avó. Era ela que
fazia o milagre da transfiguração, trazia o Natal para dentro de casa e
levava-nos a todos até Belém”, afirma ele.
Neste livro, Manuel Alegre mistura muito poeticamente as suas recordações de infância com as dos Natais que passou no exílio, em adulto. E lembra uma noite de Natal, em particular, em que, estando sozinho, em Paris, entrou num bar e encontrou três desconhecidos, solitários e estrangeiros, um velho, um africano e um terceiro homem, com cara de eslavo. Cada um deles contou uma história de Natal do seu país. No fim, saíram para a rua e o africano apontou para uma estrela, que brilhava mais do que as outras, no céu. O autor afirma ter reconhecido a estrela da avó, brilhando no céu e dentro dos seus companheiros. Estes identificaram-se. E um leitor, que não seja criança – porque este é um livro muito belo e poético, que não se destina só a crianças, embora possa ser compreendido por elas – consegue já adivinhar quem era os três desconhecidos que Manuel Alegre encontrou em Paris. Uma Estrela é um belo elogio ao Natal, como época de fraternidade entre os homens.
Neste livro, Manuel Alegre mistura muito poeticamente as suas recordações de infância com as dos Natais que passou no exílio, em adulto. E lembra uma noite de Natal, em particular, em que, estando sozinho, em Paris, entrou num bar e encontrou três desconhecidos, solitários e estrangeiros, um velho, um africano e um terceiro homem, com cara de eslavo. Cada um deles contou uma história de Natal do seu país. No fim, saíram para a rua e o africano apontou para uma estrela, que brilhava mais do que as outras, no céu. O autor afirma ter reconhecido a estrela da avó, brilhando no céu e dentro dos seus companheiros. Estes identificaram-se. E um leitor, que não seja criança – porque este é um livro muito belo e poético, que não se destina só a crianças, embora possa ser compreendido por elas – consegue já adivinhar quem era os três desconhecidos que Manuel Alegre encontrou em Paris. Uma Estrela é um belo elogio ao Natal, como época de fraternidade entre os homens.
Mário Braga, in leitura@gulbenkian
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