Recriação do bailado de Tchaikovsky, a versão ilustrada por Lisbeth Zwerger, uma das ilustradoras mais premiadas da atualidade, distingue-se pela forma como, partindo de motivos tradicionais, como a metamorfose, a magia, o castigo, reinventa um universo alternativo, assumidamente maravilhoso e onírico, possibilitando ao leitor uma viagem fantástica. As suas ilustrações, marcadas pela sugestão e pela leveza, quer dos materiais, das cores, das formas e das linhas muito finas, recriam com especial subtileza a ideia de voo e de sonho mágico que o texto contempla. O design gráfico da edição é cuidado e perfeitamente articulado com o texto, dando relevo à sua conotação musical e explicitando as oposições cromáticas entre branco e negro (claro e escuro; bem e mal) que estruturam a narrativa. | Ana Margarida Ramos
in Casa da Leitura
Excerto
"Moço de cego era o que andava com um mendigo cego, desses que cantam de terra em terra. Essas cantigas eram uma espécie de jornal das notícias da altura. Algumas pessoas davam umas moedas ou comida ao cego-cantor, deixavam-no dormir em palheiros e ele lá ia vivendo. Ora o moço de cego..."
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