Aqui fica a sugestão de um livro, para os mais pequenos, onde os heróis da banda desenhada e do imaginário infantil são os destinatários das cartas que o escritor José Jorge Letria resolveu escrever. O herói da banda desenhada criado por Hergé, Tintin, também é um dos contemplados na escolha do autor de literatura infanto-juvenil. Poderás lê-la, se requisitares o livro na Biblioteca da tua escola. Entretanto, transcrevemos a carta que o escritor dirigiu a outra personagem do imaginário infanto-juvenil, Gulliver. Lê-a e entusiasma-te.
Meu querido amigo,
Espero que te encontres bem no topo da tua altura de gigante das histórias do meu tempo de ser menino.
Tu foste o gigante e o anão dos meus sonhos enfeitados de mar e de chuva miudinha. Embarquei contigo nas naus que iam para toda a parte sem chegarem a parte nenhuma, e fui, como tu, marinheiro, soldado, aventureiro, conselheiro de reis e motivo de espanto para homens do tamanho de um polegar. Mas tudo a sonhar. Sempre e só a sonhar. Ai Gulliver, se tu soubesses como me fizeste perder o sentido da distância e a verdadeira medida das coisas. O que um dia era gigante, no outro tinha a pequenez de uma ervilha ou de uma pérola de orvalho.
Espero que te encontres bem e que, quando te apetecer sair do livro do Senhor Swift, me escrevas ou me telefones para eu ir contigo ao cais mais longínquo da bruma e da tempestade.
Tu deves saber onde eu moro, porque personagens como tu nunca se esquecem de quem as leu, amou e admirou.
Eu cresci contigo enquanto tu crescias e minguei a teu lado quando tu te tornavas anão. Contigo percebi que o nosso tamanho, na realidade, depende sempre dos olhos de quem nos vê.
Não te esqueças de dar notícias, porque eu continuo a ter um barco pronto para as grandes viagens que tu deixaste por fazer. É só fazer a mala e partir. A mala não: um saco de lona com a roupa leve que se deve vestir te esqueças de dar notícias. Ainda me hás-de ensinar de que forma é que os homens, as ilhas e os países mudam de tamanho no grande mar dos livros, no oceano dos sonhos mais antigos.
Espero que te encontres bem no topo da tua altura de gigante das histórias do meu tempo de ser menino.
Tu foste o gigante e o anão dos meus sonhos enfeitados de mar e de chuva miudinha. Embarquei contigo nas naus que iam para toda a parte sem chegarem a parte nenhuma, e fui, como tu, marinheiro, soldado, aventureiro, conselheiro de reis e motivo de espanto para homens do tamanho de um polegar. Mas tudo a sonhar. Sempre e só a sonhar. Ai Gulliver, se tu soubesses como me fizeste perder o sentido da distância e a verdadeira medida das coisas. O que um dia era gigante, no outro tinha a pequenez de uma ervilha ou de uma pérola de orvalho.
Espero que te encontres bem e que, quando te apetecer sair do livro do Senhor Swift, me escrevas ou me telefones para eu ir contigo ao cais mais longínquo da bruma e da tempestade.
Tu deves saber onde eu moro, porque personagens como tu nunca se esquecem de quem as leu, amou e admirou.
Eu cresci contigo enquanto tu crescias e minguei a teu lado quando tu te tornavas anão. Contigo percebi que o nosso tamanho, na realidade, depende sempre dos olhos de quem nos vê.
Não te esqueças de dar notícias, porque eu continuo a ter um barco pronto para as grandes viagens que tu deixaste por fazer. É só fazer a mala e partir. A mala não: um saco de lona com a roupa leve que se deve vestir te esqueças de dar notícias. Ainda me hás-de ensinar de que forma é que os homens, as ilhas e os países mudam de tamanho no grande mar dos livros, no oceano dos sonhos mais antigos.
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