Albert nasceu em 1879. Não era um bebé particularmente bonito, pois era demasiado gordo e a sua cabeça parecia ser maior do que a dos outros bebés. Foi crescendo mas não se tornou um rapaz simpático - batia na irmã, enfurecia os professores e não tinha muitos amigos. Divertia-se a construir castelos de cartas, puzzles, a tocar violino e adorava os enigmas da geometria e da matemática. Na escola, era um rapaz discreto, pouco exuberante. Alguns professores avaliavam-no como sendo pouco inteligente. Contudo, os seus pensamentos estavam destinados a mudar o nosso mundo.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
O Rapaz que Tinha Medo de Mathilde Stein
O Rapaz que Tinha Medo vai procurar ajuda às páginas amarelas e encontra o numero da Árvore Mágica. Marcam uma entrevista, mas a árvore avisa-o dos perigos da floresta assombrada e das suas estranhas criaturas. Decidido, o rapaz põe-se a caminho. Será que vai perder o medo? 0 medo de tudo? 0 medo de andar na rua com as suas calças às flores (porque os outros podem troçar dele)? E o medo do escuro (porque podem aparecer fantasmas debaixo da cama)?
Lê aqui a história.
Pablo, o pintor de Satoshi Kitamura
Quem é Pablo, o pintor? Inevitavelmente, os adultos pensarão em Picasso. Poderá a narrativa levar a ele? Através do contacto com o bloqueio criativo e com o sonho, possivelmente. Mas não pela biografia.
Este Pablo é um elefante cujo sonho é expor o seu trabalho e agora que tem essa oportunidade não sabe o que pintar. Este é o momento inicial da história, com a qual todas as crianças se identificam: o bloqueio criativo acontece-lhes perante a folha em branco e a liberdade de escolha, no seu dia a dia, na escola.
Como resolver o problema é a pergunta a que a leitura vai responder – eis o primeiro móbil de interesse. Pablo parte para o campo a conselho dos amigos, como tentativa de encontrar a inspiração e o tema para a sua pintura. O quadro, no seu cavalete, expõe-se ao longo do processo, nas ilustrações, pelo que todos o acompanhamos. Pablo começa a pintar a paisagem natural que o rodeia, até fazer uma pausa para almoçar e se deliciar com uma sesta. Aqui dá-se o momento de viragem da narrativa, com uma sucessão de acontecimentos inesperados e alheios à personagem. Seis animais aparecem, sucessivamente, acrescentando à paisagem da tela algo que é para si importante. Cada um tem uma perspectiva única do mesmo espaço, de acordo com as suas necessidades e gostos, em suma, da sua identidade. A contribuição colectiva alarga a perspectiva limitada do olhar individual.
Recorrendo à técnica enumerativa, Kitamura apresenta cada um dos animais através da ilustração, no topo da página. Depois, segue-se a intervenção no quadro. Um a um, vão completando a tela com relva, bolotas, o céu mais azul, o bosque ao fundo, as flores na relva e finalmente… um mistério.
A pintura esteve sempre visível até aqui, quando o Sr. Lobo se apodera do pincel para lhe acrescentar o último retoque. Este é o segundo momento em que o autor prende a atenção do seu público: o jogo de desvendar e esconder é agora o responsável pelo mistério. A ilustração deixa de reforçar a ideia do texto, deixa de o complementar, e passa a ocultar uma preciosa informação: o que pintou o Sr. Lobo? O momento artístico dos animais acaba quando todos contemplam o resultado do seu trabalho com entusiasmo e surpresa, pelo elemento que o último deles tinha acrescentado.
O enfoque narrativo retorna a Pablo, que acorda da sesta. Afirma ter tido um sonho estranho e saber agora o que pintar. Voltamos a ver a tela, igual à que Pablo interrompe para almoçar e a ovelha encontra durante a sua sesta. Onde estão todas as alterações que tiveram lugar enquanto o pintor dormia? Será que tudo não passou de um sonho?
No final, apresenta-se finalmente o quadro terminado, na parede da exposição. Revela-se o mistério: lá está a paisagem, com os elementos que os animais lhe haviam acrescentado (em sonhos ou na realidade?) e com o Sr. Lobo a pintar o retrato dos restantes companheiros nessa mesma paisagem. Temos então um quadro dentro de outro quadro, como uma narrativa dentro de outra. O quadro é a história do sonho de Pablo, é a imagem que sintetiza a história que o livro nos conta, que a conclui e revela.
O topos do sonho, tantas vezes utilizado na história da literatura infantil como ponte entre a fantasia e a realidade, é aqui dissolvido, transformando-se no centro problematizador da narrativa. É na dualidade que reside a resposta ao problema inicial do bloqueio artístico: a originalidade e qualidade da pintura decorre de Pablo ter escolhido contar como era aquela paisagem para os que lá vivem e interagem, em vez de simplesmente a ter visto com os seus olhos.
Para além da mensagem, a estratégia narrativa (em que a cumplicidade entre texto e ilustração é tão subtil como eficaz) desafia as crianças a ultrapassarem as fórmulas reconhecíveis, partindo desse reconhecimento. Sem se deixar tentar pela experiência da ilegibilidade, Satoshi Kitamura propõe uma leitura que não choca os leitores menos seguros, despertando-os contudo para a intersecção na construção da lógica narrativa. Prova assim que o recurso à linearidade da enumeração pode integrar uma estrutura mais complexa, contribuindo para fixar a atenção dos leitores, sem abdicar do risco.
Este Pablo é um elefante cujo sonho é expor o seu trabalho e agora que tem essa oportunidade não sabe o que pintar. Este é o momento inicial da história, com a qual todas as crianças se identificam: o bloqueio criativo acontece-lhes perante a folha em branco e a liberdade de escolha, no seu dia a dia, na escola.
Como resolver o problema é a pergunta a que a leitura vai responder – eis o primeiro móbil de interesse. Pablo parte para o campo a conselho dos amigos, como tentativa de encontrar a inspiração e o tema para a sua pintura. O quadro, no seu cavalete, expõe-se ao longo do processo, nas ilustrações, pelo que todos o acompanhamos. Pablo começa a pintar a paisagem natural que o rodeia, até fazer uma pausa para almoçar e se deliciar com uma sesta. Aqui dá-se o momento de viragem da narrativa, com uma sucessão de acontecimentos inesperados e alheios à personagem. Seis animais aparecem, sucessivamente, acrescentando à paisagem da tela algo que é para si importante. Cada um tem uma perspectiva única do mesmo espaço, de acordo com as suas necessidades e gostos, em suma, da sua identidade. A contribuição colectiva alarga a perspectiva limitada do olhar individual.
Recorrendo à técnica enumerativa, Kitamura apresenta cada um dos animais através da ilustração, no topo da página. Depois, segue-se a intervenção no quadro. Um a um, vão completando a tela com relva, bolotas, o céu mais azul, o bosque ao fundo, as flores na relva e finalmente… um mistério.
A pintura esteve sempre visível até aqui, quando o Sr. Lobo se apodera do pincel para lhe acrescentar o último retoque. Este é o segundo momento em que o autor prende a atenção do seu público: o jogo de desvendar e esconder é agora o responsável pelo mistério. A ilustração deixa de reforçar a ideia do texto, deixa de o complementar, e passa a ocultar uma preciosa informação: o que pintou o Sr. Lobo? O momento artístico dos animais acaba quando todos contemplam o resultado do seu trabalho com entusiasmo e surpresa, pelo elemento que o último deles tinha acrescentado.
O enfoque narrativo retorna a Pablo, que acorda da sesta. Afirma ter tido um sonho estranho e saber agora o que pintar. Voltamos a ver a tela, igual à que Pablo interrompe para almoçar e a ovelha encontra durante a sua sesta. Onde estão todas as alterações que tiveram lugar enquanto o pintor dormia? Será que tudo não passou de um sonho?
No final, apresenta-se finalmente o quadro terminado, na parede da exposição. Revela-se o mistério: lá está a paisagem, com os elementos que os animais lhe haviam acrescentado (em sonhos ou na realidade?) e com o Sr. Lobo a pintar o retrato dos restantes companheiros nessa mesma paisagem. Temos então um quadro dentro de outro quadro, como uma narrativa dentro de outra. O quadro é a história do sonho de Pablo, é a imagem que sintetiza a história que o livro nos conta, que a conclui e revela.
O topos do sonho, tantas vezes utilizado na história da literatura infantil como ponte entre a fantasia e a realidade, é aqui dissolvido, transformando-se no centro problematizador da narrativa. É na dualidade que reside a resposta ao problema inicial do bloqueio artístico: a originalidade e qualidade da pintura decorre de Pablo ter escolhido contar como era aquela paisagem para os que lá vivem e interagem, em vez de simplesmente a ter visto com os seus olhos.
Para além da mensagem, a estratégia narrativa (em que a cumplicidade entre texto e ilustração é tão subtil como eficaz) desafia as crianças a ultrapassarem as fórmulas reconhecíveis, partindo desse reconhecimento. Sem se deixar tentar pela experiência da ilegibilidade, Satoshi Kitamura propõe uma leitura que não choca os leitores menos seguros, despertando-os contudo para a intersecção na construção da lógica narrativa. Prova assim que o recurso à linearidade da enumeração pode integrar uma estrutura mais complexa, contribuindo para fixar a atenção dos leitores, sem abdicar do risco.
in O Bicho dos Livros
O Rapaz dos Hipopótamos de Maragaret Mahy e Steven Kellog.
Este livro conta a história de um rapaz chamado Roberto que um dia a caminho de casa é seguido por um hipopótamo e no dia seguinte também e no dia depois desse...Embora a casa dos pais de Roberto fosse grande, ter dezenas de hipopótamos no jardim não era uma ideia que agradasse aos donos da mansão. É aqui que entra a bruxa e dá uma poção mágica ao menino. Os hipopótamos desapareceram num ápice mas no dia seguinte um novo animal cruza o caminho de Roberto e no dia seguinte também e no dia depois desse...
Laura e o Coração das Coisas de Lorenzo Silva e Jordi Sàbat
Este livro Laura e o Coração das Coisas, numa tradução de Inês Pedrosa, foi o livro que se seguiu nas sessões de leitura para o 1º ciclo. A intenção foi dar a ler outro texto, cuja mensagem se aproximava da do livro anterior.
"... esta história revela-se pela sua importância uma boa solução para aquilo que já não queremos, daquilo que já não precisamos e que o fim a dar a essas coisas em sobra podem ainda não ter os dias contados. Insignificantes para nós, essas coisas podem ainda vir a ter muita serventia e importância para outros. Assim, a nossa anfitriã Laura via coisas que mais ninguém via. Todos os objectos tinham vida, sentimentos. Aos seus olhos, todas as coisas tinham a sua família, a sua origem e de cada vez que olhava para um objecto, este tinha de pertencer a qualquer coisa, como por exemplo um lápis pequenino tinha junto assim um lápis grande (pai) e um médio (mãe). Era assim com todos os outros objectos. Para a Laura, que via coisas que os outros não viam, todas as coisas eram muito mais que meras coisas… Desta forma, associando as coisas umas às outras, como uma espécie de família, Laura fazia de tudo para que as ditas “famílias” nunca estivessem separadas. As bolas todas juntas, os cavalos com os cavalos, os carros com os carros, enfim, todos os objectos estavam juntos de acordo com a sua origem. Então, Laura “…soube assim que as coisas tinham o seu coração…” À medida que ia recebendo brinquedos novos, ia deixando os outros de lado acumulados no baú, até não caberem mais. A mãe da Laura pediu-lhe para dar os brinquedos mais antigos, aqueles com que ela não brincava mais. Após várias recusas e uma última intervenção da mãe “… se não brincas com eles, ficarão sozinhos e tristes, e aborrecer-se-ão, e acabarão por adoecer de tristeza…”, dito isto, Laura que “sabia que as coisas tinham um coração como as pessoas, e que os mimos lhes faziam falta e que se sentiam mal quando ficavam sozinhas” concordou em dar alguns dos seus brinquedos para outras meninas e meninos para também eles poderem sentir a alegria e terem com que brincar. Juntos, brinquedos e os seus novos donos, ganhariam uma nova vida.
Desta história podemos retirar um excelente exemplo e uma grande verdade. As coisas também têm coração e, quando aos nossos olhos pelo excessivo e repetitivo cansaço de as olharmos nos perecerem velhas e sem serventia, aos olhos de um outro alguém talvez essas mesmas coisas pareçam novas e com muita vida ainda para dar.
Num tempo tão conturbado como o que estamos a atravessar, a melhor forma de o superar será fazer como a Laura, dar uma nova vida aquilo de que já não precisamos. Certamente haverá quem não se importe de dar vida a essas mesmas coisas. “Por isso Laura quis que os outros vissem o coração das coisas… Para oferecer alegria, e não tristeza às coisas e às pessoas…” Esta é a história da “Laura e o coração das coisas”
Jorge Almeida in http://dialogostextuais.blogs.sapo.pt/21354.html
O Coração e a Garrafa de Oliver Jeffers
Do mesmo autor de Perdido e Achado, este livro O Coração e a Garrafa mostra-nos o quão importante é ver com o coração, por maior que seja o fascínio que se sinta pelo mundo envolvente.
Sessões de Leitura para o 1º ciclo na biblioteca da escola Infante D.Pedro
Ao longo do primeiro período, uma vez por semana, os alunos do 1º, 2º, 3º e 4º anos da Escola Infante D.Pedro leram e ouviram ler histórias fantásticas.
Aqui ficam alguns desses livros que os fizeram criar laços mais estreitos com a escrita.
As sessões iniciaram-se como o livro "Perdido e Achado " de Oliver Jeffers. A aventura mágica de um menino e de um pinguim sobre a amizade.
Este livro foi já adaptado ao cinema de animação pelo realizador Peter Hunt (AKA Studio, 2008).
Foi considerado o melhor livro do ano em 2006 pela BBC Television e em 2005 recebeu a Medalha de Ouro da Nestlé Children´s Award.
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
terça-feira, 30 de outubro de 2012
Homenagem de Francisco José Viegas a Manuel António Pina
As
nossas lágrimas folheiam os teus livros de Francisco José Viegas
A poesia, meu querido
Pina, ao contrário do que um dia a tua ironia deixou escrito num dos teus
poemas mais perfeitos, não vai acabar. Vai continuar a ser aquilo que foi a tua
vida: a celebração de uma beleza rara e inóspita, inacessível a todos os
aborrecidos que nunca nos vencerão, que nunca te venceram. Nunca te
esqueceremos. Plantaremos uma árvore em teu nome. Diremos um poema em teu nome.
Daremos estes dias em teu nome. Celebraremos o que nunca vamos esquecer: o teu
coração dedicado à poesia, aquilo que nunca se pode dizer, de tão frágil e mudo
que é. “Farewell Happy Fields”. Neste momento, nenhuma palavra que dissermos
vale a pena. Temos apenas as tuas. Os teus versos, a tua beleza incandescente,
irónica, suave, amorosa. O resto são as nossas lágrimas, que folheiam os teus
livros, a nossa grande necessidade dos teus livros e de tantos versos que
decorámos para que a vida tivesse um sentido e acaba por não ter. Escreveste
“estávamos a precisar de solidão, / de silêncio, de geometria/ e as nossas
lágrimas de uma grande razão.”
Fico tão só, fico tão
triste, fico tão abandonado, ficamos tão abandonados, ficamos tão sós. Mas em
tudo o que escreveste fica a grandeza da nossa língua e a beleza rara e difícil
das coisas a que nunca deste um nome. Contigo aprendemos quase tudo sobre a
grande arte. Aprendemos a medida do verso e a necessidade de nunca deixar de
rir. Aprendemos que nunca é tarde, afinal; que nunca deixarás de regressar às
nossas estantes, ao nosso coração, à leveza que nos mostraste, ao caminho no
meio das florestas. Aprendemos a esperar. Aprendemos a olhar. Aprendemos a ver
em ti uma honestidade belíssima e inimitável. Aprendemos que somos aprendizes
da tua capacidade de verificar a beleza das coisas e dos seus mistérios e que,
às vezes, eles se reduzem a um verso que se aproxima tão perto da beleza – que
queima, que nos deixa em transe sobre a terra, que fica gravado em qualquer
lado do nosso desespero, agora que partiste. Deixando-nos tão sós, tão sós, tão
perdidos, tão perplexos, meu amigo.
Francisco
José ViegasSecretário de Estado da Cultura
Texto publicado no Jornal de Notícias
no dia 12 de Outubro de 2012.
terça-feira, 23 de outubro de 2012
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Mês Internacional da Biblioteca Escolar
Aos colegas do 1º
ciclo e aos educadores de infância
A equipa da biblioteca da escola,
mais uma vez, em parceria com os educadores de infância, os professores do 1º
ciclo, os professores de português e os diretores de turma, aderiu à celebração
desta efeméride com uma mão cheia de iniciativas, em que a leitura e a escrita
são protagonistas. Mas para que ganhem a importância merecida, necessitam da
colaboração de todos.
Desta forma, apelamos:
. à colaboração
no concurso de escrita criativa “Uma História a quatro mãos”, uma iniciativa
concelhia de escrita criativa e colaborativa que arranca dia 22 de
Outubro, dia da Biblioteca Escolar, e
que percorrerá todas as escolas do concelho, para que todos os alunos do 4º ano
possam colaborar na construção de uma história partilhada. Para isso, as
escolas interessadas deverão inscrever-se até às 10 horas de 22 de outubro, via
correio eletrónico para natercia.simoes@cm-figfoz.pt, indicando
obrigatoriamente o nome e o contato do responsável pela turma participante.
As
inscrições remetidas fora do prazo e as que não cumpram os pressupostos acima mencionados
poderão vir a ser consideradas, após análise, caso a caso.
. à colaboração no concurso de
desenho “ A Biblioteca da Minha Escola”, dirigida aos alunos dos jardins de
infância e 1º ciclo. A representação gráfica da forma como veem a biblioteca da
escola reforça os laços afetivos com o
universo dos livros e da leitura.
. à colaboração nas sessões de
leitura em torno dos livros selecionados para a itinerância de leitura neste
mês em que a biblioteca assume maior destaque.
. à colaboração na tournée de
leitura pelo editor da Bruáa, Miguel Gouveia, a partir do livro “ O tigre na
rua e outros poemas”.
.à divulgação, junto dos alunos e
encarregados de educação, dos recursos digitais do blogue da biblioteca escolar
A professora bibliotecária
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Os Ciganos, um conto de Sophia de Mello Breyner
Era uma vez uma casa muito arrumada onde morava um rapaz muito desarrumado.
E o rapaz tinha a impressão de que não era feito para morar naquela casa.
Ali os relógios estavam sempre certos mas ele andava sempre atrasado.
Ele esquecia-se da bola na sala e dos livros no jardim. Ele deixava a caneta na cozinha, os sapatos no corredor; o relógio no lavatório. Porque jogava à bola na sala, lia no jardim, escrevia em toda a parte, despia-se no corredor e só se lembrava de tirar o relógio quando já estava dentro do banho.
Por isso todos ralhavam com ele e ele pensava:
- Esta casa é um tribunal.
Havia horas certas para tudo, leis, regras, lugares para pôr as coisas. (...) - reproduzido de Porto Editora.
Assim começou Sophia de Mello Breyner Andresen o conto intitulado Os Ciganos. Mas o conto permaneceu inacabado e inédito no espólio de Sophia até 2009. Até que o neto, Pedro Sousa Tavares, aceitou terminar o conto à sua maneira. Danuta Wojciechowska encarregou-se das ilustrações. O livro foi apresentado ontem na Livraria Bertrand-Chiado, em Lisboa.
Texto: Sophia de Mello Breyner Andresen e Pedro Sousa Tavares
Ilustração: Danuta Wojciechowska
Porto Editora
64 págs., 18,80 euros
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
terça-feira, 17 de julho de 2012
VII Feira do Livro na Figueira da Foz
Aproxima-se o início da VII
edição da Feira do Livro. Os livreiros da Figueira da Foz, com o apoio da
Divisão de Cultura da Câmara Municipal, vão participar uma vez mais na Feira,
onde estarão representadas diversas editoras.
Aos fins de semana realizar-se-ão atividades de
animação abertas a todo o público.
A abertura da Feira do Livro terá lugar na próxima sexta
feira, 20 de julho, pelas 19h00, no Meeting Point (Praceta José Ledesma Criado,
a sul da esplanada Silva Guimarães).
Visite... compre... leia.
terça-feira, 26 de junho de 2012
5AS DE LEITURA - ENCONTRO COM O ESCRITOR JOSÉ EDUARDO AGUALUSA
Com o apoio da
Fundação Calouste Gulbenkian, a Biblioteca Municipalpromove uma vez mais um
encontro com um escritor consagrado. Este mês oconvidado é José Eduardo
Agualusa. O escritor, que este anojá editou três obras, vem apresentar o seu
mais recente romance, Teoria Geral do Esquecimento, que percorrepelos caminhos
e veredas da imaginação os factos da vida coletiva angolana, da independência
aos nossos dias.
A Biografia de José Eduardo Agualusa
José Eduardo
Agualusa nasceu na cidade do Huambo, em Angola, a 13 de dezembro de 1960.
Estudou Agronomia e Silvicultura em Lisboa. É jornalista. Viveu em Lisboa, Luanda , Rio
de Janeiro e Berlim. É autor dos livros A Conjura (romance, 1988), Prémio
Revelação Sonangol, A Feira dos Assombrados (contos, 1992), Estação das Chuvas
(romance, 1996), Nação Crioula (romance, 1998), Grande Prémio de Literatura
RTP, Fronteiras Perdidas (contos, 1999), Grande Prémio de Conto da APE, A
Substância do Amor e Outras Crónicas (crónica, 2000), Estranhões e Bizarrocos,
com Henrique Cayatte, (infantil, 2000), Prémio Nacional de Ilustração e Grande
Prémio de Literatura para Crianças da Fundação Calouste Gulbenkian ,
Um Estranho em Goa (romance, 2000), O Ano Que Zumbi Tomou o Rio (romance,
2002), O Homem Que Parecia Um Domingo (contos, 2002), Catálogo de Sombras
(contos, 2003) e O Vendedor de Passados (romance, 2004). As suas obras estão
traduzidas para diversas línguas europeias.
Para saber mais, leia aqui.
sexta-feira, 22 de junho de 2012
quinta-feira, 21 de junho de 2012
ARTE NO CAE| 2 em 1
Estará patente a partir do próximo dia 26 dejunho, na Sala Zé
Penicheiro (Centro de Artes e Espectáculos), a exposição depintura CAVE ARTEM!
OMNIA CAUSA FIUNT,da autoria de José Luís Ribeiro e João Ricardo, artistas
plásticos há muito radicados naFigueira da Foz.
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Liberdade de Escolha no Ensino para Todos: Sim ou Não?- Debate On - line sobre Educação
Se a Educação é o melhor
passaporte para a mobilidade social e a liberdade um valor que prezamos, não é
evidente que todos pais devem ter liberdade de escolher como e onde querem
educar os seus filhos, independentemente do seu nível económico? Esta discussão
tornou-se sazonal com a divulgação das classificações dos estabelecimentos de
ensino secundário e tem subido de tom, primeiro a propósito dos cortes estatais
nos contratos de associação que financiam as escolas privadas e, mais
recentemente, com a anunciada intenção do actual Governo de que terminará a
obrigação de escolher a escola por área de residência Até que ponto a visão de
cada um não reflecte os seus interesses concretos no assunto (no caso de ser
pai, nomeadamente), que podem não ser os da sociedade? E será que, mesmo sem um
interesse concreto e imediato como pai, aluno ou professor, temos discutido o
problema de um modo descomprometido, isto é, sem papaguear a cartilha da defesa
intransigente do modelo vigente da escola pública, tão caro à esquerda, e
também sem um alinhamento às cegas com a direita e os movimentos cívicos de
inspiração liberal que defendem a liberdade de escolha? Até que ponto este
acantonamento ideológico nos impede de lidar com um problema que, pondo em
conflito os valores da igualdade e da liberdade, talvez só admita uma solução
de compromisso? Qual seria então a melhor alternativa para tornar obsoleto o
expediente das moradas fictícias, mas evitando a segregação social que muitos
temem ser inevitável num sistema absolutamente liberalizado, em que aos pais é
dada a ilusão de escolha e as escolas, na prática, seleccionam? Podemos
aprender com as experiências de outros países? Ao longo desta semana, iremos
abordar estas e outras questões com o painel de convidados e todos os interessados
no tema. Alexandre Homem Cristo, Paulo Guinote, David Justino e Hugo Mendes têm
percursos diversos mas um denominador comum: são académicos que pensam,
escrevem e discutem o sistema de ensino com a preocupação de encontrar
evidência empírica que sustente as suas posições. O que peço a cada um, no
arranque deste debate, é um exercício de imaginação, para que quem nunca vos
leu conheça a vossa posição mais inconfessável sobre o assunto: que descrevam
sucintamente o sistema de ensino ideal para Portugal, sem receio de parecerem
utópicos.
Acompanhe o debate on-line aqui.
terça-feira, 19 de junho de 2012
Associação EPIS lança manual “Matemática em Família”
O manual “Matemática
em Família”, da associação EPIS – Empresários pela Inclusão
Social, é destinado a pais e educadores, para avaliarem os conhecimentos
dos mais jovens e ajudá-los a superar as dificuldades naquela que parece ser a
disciplina mais complicada para os alunos portugueses. Através de testes de
diagnóstico e conjunto de regras e boas práticas para o estudo e compreensão da
Matemática, pretende-se que seja uma ferramenta que possa contribuir para o
sucesso escolar.
Especialmente a partir
do 2º ciclo, a Matemática é frequentemente percepcionada como difícil e
inatingível, daí que a iniciativa da EPIS, numa parceria inédita com a
Sociedade Portuguesa de Matemática, tenha entendido que deveria promover o
desenvolvimento de materiais de intervenção disciplinar para esta área.
O manual, da autoria
de José Robalo e de Carlos Grosso, é destinado, sobretudo, aos alunos que
iniciam precisamente o 2º ciclo, para consolidarem os conhecimentos matemáticos
adquiridos no 1º ciclo de escolaridade, e aos seus encarregados de educação,
uma vez que inclui um guia para os mais velhos detectarem sinais de alerta e,
assim, prevenirem as más notas. Tal como o nome indica, a ferramenta é para
utilizar em ambiente familiar, até porque oferece ainda um conjunto de jogos e
exercícios em forma de individuais, para que “a Matemática entre em casa e se
sente à mesa” das famílias.
Editado pela Porto
Editora, o manual “Matemática em Família” foi lançado sob a forma de projecto-piloto na
Escolha EB2,3 de Cristelo, no concelho de Paredes, analisando os factores de
risco de cerca de 60 alunos no ensino da Matemática e do Português. A EPIS
revela ainda que está disponível para todos os outros concelhos que estejam
interessados em aderir.
De acordo com o
comunicado de imprensa, a iniciativa vem ao encontro do trabalho que tem sido
desenvolvido pela EPIS na promoção do sucesso escolar e da qualificação
profissional dos mais jovens. O trabalho desenvolvido pela EPIS representa,
desde 2007, o maior programa nacional de combate ao insucesso escolar no 2º e
3º ciclos. A associação registou, em 2011, os melhores resultados de sempre na
promoção do sucesso escolar. A taxa de aprovação dos 1.027 alunos do programa
“Novos bons alunos – Mediadores para o sucesso escolar passou para 82%, um
crescimento de 25% em relação ao 57 % registado no ano anterior (mais 257 novos
bons alunos).
Ron Aharoni, professor de matemática no Instituto de Tecnologia
em Israel,
aceitou o convite de um amigo para leccionar matemática no ensino básico.
Desde então, tem dedicado muito do seu tempo à educação matemática dos 0
aos 12 anos. Aharoni desempenhou um papel importante na luta contra “a
matemática difusa” no seu país e na implementação de um currículo
consistente e com qualidade científica. No seu livro, partilha com o
leitor – um pai ou um professor – os conhecimentos que adquiriu em
matemática elementar e em educação matemática. Nesta sessão, o autor
discute o que aprendeu e a melhor forma de comunicar aos alunos o
conhecimento matemático. Destinado a pais, o seu livro pode servir de
referência a professores e a todos os que se interessam pela educação
matemática.
aceitou o convite de um amigo para leccionar matemática no ensino básico.
Desde então, tem dedicado muito do seu tempo à educação matemática dos 0
aos 12 anos. Aharoni desempenhou um papel importante na luta contra “a
matemática difusa” no seu país e na implementação de um currículo
consistente e com qualidade científica. No seu livro, partilha com o
leitor – um pai ou um professor – os conhecimentos que adquiriu em
matemática elementar e em educação matemática. Nesta sessão, o autor
discute o que aprendeu e a melhor forma de comunicar aos alunos o
conhecimento matemático. Destinado a pais, o seu livro pode servir de
referência a professores e a todos os que se interessam pela educação
matemática.
Diretamente do Blogue "In Rerum Natura"
quinta-feira, 24 de maio de 2012
A Matemática em Portugal, uma questão de educação de Jorge Buescu
O novo livro sobre o ensino da Matemática em Portugal, lançado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.
quarta-feira, 23 de maio de 2012
Os livros da escritora de literatura infanto-juvenil Isabel Loureiro
Visita da escritora figueirense Maria Isabel Loureiro à BIblioteca do Centro Escolar de Vila Verde
Visita da autora figueirense Maria Isabel Loureiro à Biblioteca do Centro Escolar de Vila Verde com a leitura da obra “João e o Pardalito de Bico Amarelo”.
Uma narrativa construída através de uma linguagem clara, simples e agradável sobre um menino chamado João que queria cortar um pinheiro de Natal, mas que foi surpreendido por um pardalito que morava no pinheiro que escolheu, levando-o a reconsiderar.
Isabel Loureiro situa a trama numa época do ano que se quer cordata, alegre e pacífica, fazendo um apelo à amizade e, irrepreensivelmente, passa ainda a mensagem de preservação ambiental, interagindo com o público infantil durante a leitura e levando - o a reconhecer a necessidade de reutilizar materiais para benefício das florestas.
As ilustrações do livro a cargo de Ana Bossa enriquecem a história, seguindo uma técnica diferente em 3D . A ilustradora cria os cenários em papel pintado com protagonistas de terracota, usando também aparas de lápis para as cascas que caem dos pinheiros e fumo de paus de incenso para simular as nuvens, tudo fotografado com a luz a incidir nos pormenores que se querem no desenho.
Cinco estrelas para a visita da simpática e comunicativa Maria Isabel Loureiro, que ofereceu ainda à Biblioteca do Centro Escolar três outros livros da sua autoria.
Isabel Coimbra
Isabel Coimbra
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