quinta-feira, 26 de maio de 2011

As obras de literatura infanto-juvenil do escritor Valter Hugo Mãe lidas pelos alunos na preparação para o encontro com o escritor


Esta é a história de um menino que, desafiado pelo avô, procura conhecer os mistérios da vida. Avô e neto vivem num jogo sem fim de perguntas e respostas, enigmas e soluções, procurando, adivinhando e aprendendo sempre.
Certo dia, o menino fica sem resposta quando o avô lhe pergunta: Quais são para ti as coisas mais belas do mundo? São as coisas de verdade, como tanto quanto se vê e toca, Ou as coisas invisíveis, aquelas que pensamos, sentimos e sonhamos?





Numa casa empoleirada no cimo de um monte careca, vive um menino que passa os dias a olhar os montes vizinhos, medindo ao longe os humores da paisagem. Quando chega a idade da escola, fechado numa pequena sala e perdido entre os lápis e os cadernos, o menino aborrece-se por tudo lhe parecer tão perto. Sente falta da distância que só se encontra nos montes. Não percebe quando a professora lhe explica que um rosto pode conter distâncias infinitas, tão imensas e belas como as da paisagem. Até que repara numa menina que olha para o nada como se visse alguma coisa, e percebe que o rosto começa onde se vê e vai até onde já não há luz nem som.
Um rosto, se prestarmos a devida atenção, pode ser tão grande quanto a alma.


Os habitantes de uma pequena rua vivem muito intrigados com um vizinho que não tem braços e só tem um olho. Acham-no até uma pessoa um pouco distante e antipática.
Mas quando alguém choca, sem querer, com esse homem tão calado, descobre-lhe um sorriso nunca visto.
Afinal, não era nenhum monstro e só estava calado porque os vizinhos não lhe dirigiam a palavra.
Depois de muitas visitas, muitos chás e jogos de cartas, todos na rua acabam por se tornar amigos daquele homem que nem sequer era calado, era apenas um pouco diferente dos outros. Mas quem não é diferente?



Do que se haveria de lembrar o vento quando, por se sentir tão sozinho, decidiu incentivar umas galinholas e uns passarocos a levantar voo. Desta forma, voando por todo o lado, os animais mais leves e ágeis poderiam ser a mais bonita companhia no extenso campo que também é o céu.


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