quinta-feira, 26 de maio de 2011

As perguntas que os alunos do 7º A da Escola Infante D.Pedro colocaram ao escritor Valter Hugo Mãe

1 - Já conviveu com algumas pessoas como o homem calado? - Joana

2 - O homem que todos consideravam especial, diferente, estranho, tão calado que parecia comer palavras por alimento, consegue impressionar uma senhora vizinha com um sorriso tão simpático que todos ficaram muito irrequietos com aquele acontecimento. Afinal o homem calado revela-se muito amistoso. Em sua opinião esta situação é muito comum, isto é, as pessoas julgarem os outros pela aparência sem terem a oportunidade de conhecer verdadeiramente as pessoas? –  Luís

3 - Qual a razão que o levou a utilizar a alternância gráfica no tamanho das letras no livro “A história do homem calado”? - Tatiana

4 - O nome Gabriel, escolhido para nomear o homem calado, foi casual ou intencional? Haverá alguma semelhança entre ele e o Anjo São Gabriel? - Victor

5 - O vizinho surpreendeu-se com o facto do homem diferente ser autónomo. Na sua opinião, é esta a forma como as pessoas encaram aquelas que têm qualquer tipo de deficiência? - Ricardo

6 - Todos os seres humanos têm direito a uma boa qualidade de vida, mesmo aqueles que têm qualquer tipo de deficiência seja ela motora, visual, mental ou de outra ordem. Esta é também uma das mensagens importantes do seu livro, não concorda? - João Alves

7 - O homem muito calado constitui uma verdadeira revelação para os seus vizinhos, não só porque mostra ser muito simpático, como também surge aos olhos de todos como um homem muito autónomo e ainda como alguém que vai contribuir para o convívio e a felicidade entre todos. Em sua opinião, a amizade e o convívio social são valores muito praticados hoje em dia? - Carolina

8 - A felicidade dos habitantes daquela rua depende do saudável e despreocupado convívio entre todos? Haverá tempo, nesta sociedade tão tecnológica e tão materialista, para a amizade, o convívio social e a felicidade em conjunto? - Alícia



9 -“Assim todos se divertiam durante horas sem pensarem em mais nada senão naquela sensação boa de se fazerem felizes uns aos outros.”Será que as pessoas crescidas só sentem esta sensação boa de se fazerem felizes uns aos outros no tempo do Natal? - Jessica

10 - Em sua opinião, a maior parte das pessoas revela a mesma capacidade de auto-crítica que demonstram os vizinhos do senhor Gabriela ao rirem-se de todos os disparates e preconceitos que tinham no passado em relação a ele? - Zara

11- Qual a razão que o levou a eleger o tema de que as diferenças existentes entre as pessoas não põem em causa nem a amizade nem o amor? – João Ponte

12 – A sociedade consumista e materialista em que vivemos atribui a importância necessária aos valores mais relevantes da vida humana como o amor, a amizade, a felicidade, a generosidade e a gratidão? – Ana Margarida

13 – O vento, cansado da solidão, ansioso por companhia, desejoso de tornar o céu um campo semelhante à terra onde tantos animais corriam com alegria, elege duas espécies as “galinholas” e os passarocos” como os animais que irão ser os seus amigos no céu, ensinando-os progressivamente a voar. E assim surge a história dos Pássaros. O Vento aparece aos olhos do leitor como o responsável pela existência dos pássaros no céu a voar. Parece um regresso ao tempo da criação do mundo. Qual terá sido a intenção que o levou a colocar o Vento como o responsável pela existência de pássaros no céu a voar? - Inês



14 – Os seus livros para os mais pequenos apresentam um formato diferente, muita cor e ilustrações, algumas delas da sua autoria. Esse universo colorido ajuda a captar a atenção dos mais novos? – Zé

15 – A forma como trata as imagens, os signos tipográficos (as palavras), a sua organização no espaço e na página seduzem o leitor e aprofundam o significado do texto. Algumas páginas fazem lembrar os poemas visuais. É deliberada essa preocupação? Porquê? - Zara

16 – O começo do livro “ A Verdadeira História dos Pássaros “ é quase poesia pura “Um dia, num tempo já perdido da memória, o vento não suportou mais a solidão quando corria pelos ares a olhar para o mundo lá em baixo. Estava cansado de fazer andar as nuvens e espanar o pó das árvores sem ter companhia”. Um texto para ser poesia não tem que ser escrito em verso. Concorda? - Iara



17 – É notório nos seus livros, um elogio à natureza. Em particular, na história “O Rosto”, no texto “ A Verdadeira História dos Pássaros” e no livro “As Mais Belas Coisas do Mundo”. É intencional? Terá a Natureza virtudes que a sociedade não tem? - Maria



18 – No livro “O Rosto”, é notório o elogio do silêncio, simbolizado na forma como vive a família do protagonista, cujo trabalho consiste em ver ao longe os humores da paisagem. O silêncio é símbolo de maior disponibilidade para aprender e conhecer o que os rodeia. Haverá, da sua parte, a intenção de criticar a vida nas sociedades modernas marcadas pelo ruído e tudo o que isso implica? - Luís



19 – A aprendizagem que o protagonista de “O Rosto” faz na escola e que muito o surpreende é que “o rosto de cada um também era imenso como a paisagem e, visto com atenção tinha distâncias até ao infinito que importava percorrer”. Será que as pessoas hoje em dia têm tempo e paciência para se conhecerem desta forma tão profunda? - Maria



20 – O jovem protagonista do livro “O Rosto” aprende que o mais importante não é o que se vê à superfície do rosto das pessoas, mas aquilo que chega à alma. Ver verdadeiramente uma pessoa obriga a um esforço idêntico, ou até mesmo superior, ao de ver uma paisagem ao longe. Será que todos nós temos consciência do tempo que é preciso para conhecermos bem os outros, sem os julgarmos precipitadamente? - Carolina



21 – O título do seu livro “ As mais belas coisas do mundo” parece sintetizar na perfeição a mensagem mais importante dos quatro livros que escreveu para os mais novos. O mais importante nesta sociedade consumista e de ruído em que vivemos, não são os bens materiais, mas aquilo que não se vê apenas com os olhos como a amizade, o amor, a honestidade, a generosidade, o ser-se fiel, educado, o ter-se respeito por cada pessoa e por cada coisa. Fazer-se o que se sabe e pode para que a vida de todos seja melhor. Concorda connosco? – Inês



22 – Os seus livros falam muito sobre as pessoas “daqueles ingredientes complexos que fazem a receita da nossa personalidade, a maneira como somos e como sentimos tudo”. São estas as sus palavras no livro “As mais belas coisas do mundo”. Será que os nossos contemporâneos, tal como o protagonista da história, já descobriram esse mistério da vida humana? – Luís



23 – “As coisas mais belas do mundo eram grandemente invisíveis. Estavam algures criadas no pensamento mas só se tornam reais se as pensássemos e se acreditássemos nelas.” O jovem protagonista de “As Mais Belas Coisas do Mundo” aprendeu com o avô que no pensamento também se podem criar coisas e aumentar a magia de viver. Esta noção de que o pensamento também pode contribuir para a melhoria do prazer de viver e da qualidade de vida é feita através do avô. Em sua opinião, é importante o convívio de gerações? O respeito pelos mais velhos é indispensável para a vida em sociedade e para o progresso social? – Ana Margarida



24 – O sonho surge como algo que se faz com o pensamento e que transforma a vida e o mundo. Mais uma aprendizagem que o protagonista de “As Mais Belas Coisas do Mundo” faz com o avô e que o inicia na escrita de poesia e de pequenas histórias. Foi assim que aconteceu consigo? – Zara



25 – As suas histórias aparentemente tão simples parecem conter as coisas mais belas do mundo, como, por exemplo, “ as coisas que se passam no coração são as mais importante de tudo”, quando alguém muito querido morre, continua viver connosco, porque se transforma numa recordação guardada no nosso pensamento e no nosso coração. Concorda connosco? - Inês



26 – O meu avô dizia-me que cada ser é feito para o que tiver força. A coragem, a persistência e a determinação são fundamentais para vencer na vida. Concorda? – Ricardo



27 – A ida ao circo com o avô no livro” As Mais Belas coisas do Mundo” mostrou-lhe como “viver é um tempo para ser feliz”. Será que todos os homens compreendem esta verdade absoluta? - Maria



28 – “ Eu pensei que o meu avô me tinha mostrado como entender o coração e como sonhar com o coração para nele guardar cada momento, porque só os momentos nos pertencem verdadeiramente, tudo o resto pertence à natureza, seja feito de madeira ou ferro, pedra ou outra coisa qualquer.” Quem não tiver um avô tão sábio e tão sensível poderá aprender tudo isto nos livros, em particular nos seus. Concorda? – Iara


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